Prisão de palavras  

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Há pessoas que passam pela vida sem se preocuparem com as palavras. Sem as pensarem, sem as medirem. São mais viradas para o ‘aprender fazendo’ do que para o ‘aprender pensando’. Por essa razão, as palavras – que se dizem, que se escrevem, que se lêem – desempenham na sua vida um papel prático, apenas.

Há depois outras pessoas que se deixam aprisionar pelas palavras. Que as absorvem e as mastigam, saboreando todos os sentidos que descobrem ou lhes são revelados. Às vezes é bom, às vezes é mau.

As palavras tornam-se grilhões pesados, sufocantes e temíveis, quando estrangulam e maltratam. ‘Não és capaz’, ‘a culpa é tua’, ‘não prestas’ são exemplos. Assim nos deixamos arrastar para o poço, numa cativeiro de dor, angústia, sofrimento, medo.
Esta prisão de palavras é cruel, destrói a alma, amputa, cega, obscurece o horizonte.

Há depois palavras que aprisionam porque nos ajudam a ordenar o pensamento. São palavras que nos atraem, que nos fazem pensar. São mansas, de auxílio, guiam-nos pela cegueira. Aguçam-nos o espírito, confortam-nos, revelam-nos saudades escondidas, divertem-nos. Fazem-nos rir. E chorar, quando é preciso lavar a alma.

Por elas nos libertamos até ao contrário das primeiras, preparando o caminho de regresso a casa. Ao lar. São palavras que nos aprisionam docemente, pela beleza que encerram. Pelo amor que desprendem, pela solidão que rasgam. Palavras que nos preenchem de amor, alegria, paz. De abraço quente. Que nos refazem por dentro, que nos resgatam ao feio, à morte. De portas escancaradas e janelas largas, rasgam o horizonte e levam-nos ao mais alto de nós. Nesta prisão de palavras, e como tão bem sabe Alexandre O’Neill, sentimo-nos beijados…

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14 Devaneios

Gostei, mas considero ainda um terceiro grupo, a prisão de palavras que temos, conhecemos e sabemos, que não chegam para exprimir o que queremos dizer.

A frustrante prisão de palavras.

27 de novembro de 2008 às 15:32

Concordo em pleno, mas contexto o fim, o fim é sem fim :) Pelo menos eu o descobri assim :D

Não Fritou :P

27 de novembro de 2008 às 17:34

prisão de palavras.

A Salvação é sair.

27 de novembro de 2008 às 17:36

Crest© disse ...
"Gostei, mas considero ainda um terceiro grupo, a prisão de palavras que temos, conhecemos e sabemos, que não chegam para exprimir o que queremos dizer.

A frustrante prisão de palavras."

Concordo com a primeira parte, mas não concordo com a segunda
Por isso ...E para mim ...

"A frustrante prisão de palavras"

Deveria de ser :

Infinito da prisão das palavras


Porque a Linguagem é o que prende o verdadeiro sentido da nossa alma.

Ame lhor forma de ver se uma pessoa que está a mentir é revertendo o seu discurso na mente, pesquisem os que não souberem do que falo e vejam este video: http://br.youtube.com/watch?v=OdNjJOL0zfw

Treinem as vossas mentes e nem por vocês serão enganados, ah pois é :D Também nos mentimos a nós próprios!!!

Aprendam conhecendo o vosso intímo.

Conhece-te a ti mesmo.

mf

Se prendes as tuas palavras então ficas preso nelas.

:) Bem hajas

Continua...

;)

27 de novembro de 2008 às 17:46

Crest:
Há mais grupos, claro. Eu falei apenas das prisões de palavras dos outros em relação a nós. As nossas próprias prisões são várias. A que tu disseste é uma. Mas, enquanto burilamos as palavras, não é tão gratificante quando nos sai a expressão perfeita e, por uma vez, a frustração se vai?

27 de novembro de 2008 às 19:35

I.D.Pena
Concordo. O fim é sem fim. Para mim processo até pode ser cíclico. Ou seja, podemos perfeitamente estar numa prisão que nos liberta (a última) e acabar por cair na primeira. Depende de quem nos oferece as palavras...

Quanto à salvação ser sair... Depende das prisões. Eu gosto de pensar as palavras, não me imagino sem elas. Podem magoar. Mas não seria eu se não as tivesse no meu mundo... Por isso não saio. Vou é tentando identificar a qual das prisões me estão a tentar atrair.. ;)

Quanto a prender as minhas palavras: cá se vão soltando, devagarinho. Sabe bem... :)

27 de novembro de 2008 às 19:40

mf Hehehe são escolhas ;)

A frustração sai por imensas formas, não é só pela escrita, hehehe a escrita é uma espada nunca te esqueças. ;)

E faltou o elogio :D como é que me pude esquecer disso :P ???

Sabes que eu acho que Tudo tem o Timing Certo (; E escolhi Agora.

Quanto ao Post do mf :

Concordo :D Acho que andam perdidas e confusas. Mas há raras excepções, ainda as há, mas há e em vez de ser perdidas e confusas, são encontradas e difusas.

Não acho que tudo esteja num ciclo como que atraídos magnéticamente por algo, acho sim que os ciclos formam espirais, até porque só agora é que estamos :D "aparentemente" parados.

A verdade é que estamos em permanente evolução, mesmo aqueles que escolhem dormir o estão.

Tudo faz parte de um todo demasiado enorme e GRANDIOSO e esse Todo nunca pára , mesmo quando embate, parte em milhões de pedaço e estilhaça, mas continua sempre a expandir-se, penso que essa visão é demasiado para algumas mentes imaturas, demasiado vasta.

Esta Imaginação digamos "FÉRTIL" tem duas componentes, uma a lógica, outra a sensitiva, o que não quer dizer que seja ilógica ahn ;) :D

E como a Mulher é o único ser capaz de se dividir HARMONIOSAMENTE ela significa a Vida, a dádiva da Vida, se o Homem não sabe aproveitar a dádiva da Vida e prefere deslumbrar-se por DivasH, então diz-me Valerá a pena ?

Não. Não Vale porque isso é sinal que a alma é Pequena.

E TUDO VALE A PENA QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA.

P.S:

Se quiseres estás convidado para ler o meu blog Just One Path , e perceberás toda a minha evolução na mente. Basta mandares um mail.
(:

27 de novembro de 2008 às 22:58

I.D.Pena:
Concordo contigo: os círculos formam uma espiral, já que vamos evoluindo, sim. O bom é, nessa evolução, irmos percebendo o que nos trava o passo, para assim podermos melhorar...

Quanto ao blog, siga o mail! :)

27 de novembro de 2008 às 23:19

Abri-o publicamente. por 12 horas.

28 de novembro de 2008 às 00:53

minutos *

28 de novembro de 2008 às 01:01
Anónimo  

Vinha dizer algo de semelhante ao que @ Crest© disse. Há quem diga que "palavras, leva-as o vento". Dicordo. Acho sim que as palavras, e só as palavras, ditas ou escritas, têm o inequívoco poder de materializar as ideias, às vezes os sentimentos até. Sem as palavras, nada está pleno, como se amaçasse existir apenas.

28 de novembro de 2008 às 19:49

há as palavras que queremos dizer mas não temos ninguém que as escute! essas ficam presas na garganta, nos dedos, na lingua..... estrangulam a mente!

29 de novembro de 2008 às 20:18

Ventania:
"As palavras, ditas ou escritas, têm o inequívoco poder de materializar as ideias, às vezes os sentimentos até. Sem as palavras, nada está pleno, como se amaçasse existir apenas."

Verdade, verdadinha...

1 de dezembro de 2008 às 21:19

Lya:
"Há as palavras que queremos dizer mas não temos ninguém que as escute! essas ficam presas na garganta, nos dedos, na lingua..... estrangulam a mente!"

É verdadem, sim. Para mim, de todas as prisões de palavras que são exclusivamente pessoais, esta é a mais terrível...

1 de dezembro de 2008 às 21:20

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