Karalhoke 2  

Posted by Bruno Fehr in

Ora, este é o segundo texto do Karalhoke, que seria suposto ser feito por mim e por um amigo pessoal "Rubs", que infelizmente ainda não pode postar, por isso este será o penúltimo ou mesmo o ultimo desta rubrica.

A ideia é colocarem o vídeo no play, e ignorarem a letra original, cantando com a minha versão melhorada do tema.

Jardins ninfomaníacos  

Posted by Bruno Fehr in




Quando amanheço, com ele no ar,
e agito-o, sem querer,
e em minutos, bem devagar,
quero-me vir.

Quero-me vir, mas não me venho,
pois tu acordas e ele olha, p'ra ti,
quer um pedaço, da tua atenção,
do teu esfregão.

Ele quer-te comer, não tenho culpa,
é ele quem manda e eu obedeço,
ele toma controlo, faz o que quer,
eu nem gosto de te foder,
Dá-me atenção, eu também estou aqui,
sinto-me usado, sinto-me abusado,
Por ti mulher.

Tu nem me ligas, só gostas dele,
Pegando-o, sem pudor,
Vai com jeitinho, ele é meu
e isso dói.

Ai como dói, já nem o sinto,
ele não murcha, que spray é esse?
ardo em dor, sinto calor,
será que é, um esquentamento?
ou eu não tenho, andamento p'ra ti,
quero parar, mas não me deixas.


Grande maluca, tu vai ao médico,
tu és doente, eu sou abstémio,
larga-me o fecho, deixa-me em paz,
sexo não é, quando quiseres,
eu tenho um limite e este é o meu fim,
por minha cruz
apaga-se a luz, eu já me vim...

Cadáver Esquisito  

Posted by Bruno Fehr in

O próximo texto será o terceiro da rubrica "Cadáver Esquisito", mas ao contrário do que aconteceu na primeira estória que foi dividida em duas partes e da segunda que foi dividida em 4 partes. Esta foi dividida em 6, porque a Ipsis teve dificuldade em contar até 4 e acho que queria escrever um texto enciclopédico...
Eu escrevi a primeira parte, passando o ultimo parágrafo à Ipsis, o qual ela usou para escrever a segunda parte, tendo-me passado unicamente o seu ultimo parágrafo e assim sucessivamente até ao final.

Bruno Fehr - verde garrafa
Ipsis Verbis - vermelho vinho
Paragrafos passado entre nós - Cinza

Podem ler o resultado abaixo desta explicação.

Cadáver esquisito III  

Posted by Bruno Fehr in

"É natal, é natal, é natal natal. É natal é natal é natal natal", canta a minha mulher dia e noite, noite e dia. A burra nem sabe a merda da letra. Sabendo do meu ódio pelo natal, massacra-me, tortura-me. Já lhe comprei a merda das calças de cabedal e o casaco estúpido de pele de antílope com mangas em malha, 600 Euros voaram assim em minutos. E ela? Ela não pára de cantar e decorar a casa com símbolos estúpidos, num completo desrespeito por mim. Ela não merece sequer umas luvas de pele de piça, quanto mais o que lhe comprei.

Observo as meias que ela coloca sobre a lareira, uma com o nome dela, uma com o meu nome e uma pequenina com o nome da cabrão do gato dela, que me mija todas as noites nos sapatos. Mentalmente canto “pró natal o meu presente eu quero que seja... ver este gato esfolado com as tripas de fora, pendurado sobre a lareira”, sim, eu sei que fugi ao ritmo da música. Acham que me importo?

Importo-me tanto como fazer uma mistela fatal qualquer e dar ao bichano de presente, para a sua ceia de Natal. E se ela fosse menos esperta, em vez do bacalhau e do perú, fazia um tareco assado no forno... o pior é que nem eu nem ela comemos carne. E peixe, só o bacalhau, nesta altura. Porque ela assim o quer...
Agora a meia com o nome do gato é que me dá cabo dos nervos. Sempre que olho para ela, apetece-me meter o raio do bicho lá dentro e atirá-lo para a lareira, feito tocha felina. Ahahah. Eu sei que ela nunca desconfiaria que teria sido eu. Para ela, eu adoro gatos. Brinco com o cabrão todos os dias enquanto ela está por perto, mas quando não está, fecho-o no corredor o dia todo, e sossegadamente, acomodo-me no sofá a ler um livro. De vez em quando olho para a porta de vidro da sala, e vejo-o. Sinto aqueles dois olhos a examinar cada movimento que faço...

Sempre que me levanto, ele levanta-se e dá voltas sobre si mesmo. Mas não mia. Comigo não pede nada (parece que afinal os gatos também se ensinam). E se por acaso se esquecer e miar, sem ela por perto, é chuto a mais sobre o pêlo.

Mas que se foda o gato, mais dia menos dia, vendo-o ao restaurante chinês aqui do lado, vendo não, dou-o, aliás pago para que fiquem com ele e façam um belo de um Chop Suey.

Acordo e vou para a cozinha, lá está a minha mulher com uma das minhas camisas e em cuecas. Ligo a máquina de café, abro o jornal e sento-me à mesa. Reparo numa noticia, “divórcios em Portugal disparam em 2008”, acredito, deve ser da crise que nos afecta a todos e o divórcio é sempre um bom investimento, principalmente para elas.

A minha mulher passa para um lado e para o outro, dou por mim a olhar para ela, sem sentir. Antigamente, só de a ver assim despida, deixava-me louco, ela não me largava eu não a largava, havia química, agora há... não sei, há.... companheirismo. Eu moro aqui, ela mora aqui e não nos evitamos mais porque partilhamos a mesma cama.

A aliança no meu dedo tem o nome dela, a dela tem o meu nome. Estamos marcados como propriedade um do outro, temos até o registo dessa propriedade no cartório. Já não há luta, desafio, há um desconfortável conforto, uma rotina maçadora. Já não a amo se é que alguma vez a amei e parece-me que a falta de sentimento é mutua.

“Querido?”

“Diz!”

“Eu já tenho o teu presente, mas não te perguntei, o que queres para o natal?”

“Se já compraste, não vale a pena eu dizer”

“Eu quero dar-te algo que precises, que queiras realmente”

“Queres mesmo? Mesmo que te custe?”

“Sim, quero”

“Este Natal, quero o divórcio”

"És tão parvo... Deves pensar que sou o Pai Natal. Vá diz lá..."

"Já disse! Quero o divórcio: Não te aguento mais. Não dá. Acabou!

"Mas tu estás parvo?! Que bicho te mordeu?"

Penso: Não me mordeu bicho nenhum porque eu não o deixo, mas respondo-lhe: "Já disse. Toma as devidas previdências. Quero sair de casa antes da consoada!"

"Mas tu estás a falar a sério? Que se passa... Olha que eu desato a chorar..."

"Não digo mais nada."

"Diz-me o que queres que eu faça, para ficares?"

"Para ficar? Tu queres mesmo que eu fique, seja como for?"

"Sim. Faço o que tu quiseres. Pinto o cabelo, rapo-a em forma de crista, faço-te brigadeiros todos os dias..."

"Tiras o gato de casa?"

"Hã?"

"O gato sai e eu fico!"

"O gato?"

"Sim, o cabrão do gato vai para a rua e eu fico em casa. Aceitas?"

"Mas, tu gostas tanto do Arlequim"

"Pensas tu! Detesto gatos e estou a começar a detestar pessoas que gostam deles..."

"Mas tu estás sempre a brincar com ele... estás a gozar comigo?"

"Brinco com ele quando estás a ver... Não estou nada gozar. É ele ou eu. Escolhe. Vou comprar tabaco. Volto já."

"Espera... mas eu gosto de ti..."

"E eu de ti... Pára com isso. Não comeces com merdas... . eu não consigo viver mais nesta situação. Eu não quero a porra do gato cá em casa. Vende-o. Dá-o a uma amiga tua. Mata-o... mas cá em casa, se ele ficar, saio eu. E se eu sair, é com o papel assinado por ti."

"Eu gosto tanto do Arlequim..."

"Pára de chorar. Aquilo é só um gato!"

"Mas ele faz-me companhia quando tu não estás."

"Se já tivéssemos um ou dois filhos, como eu quis, companhia não te faltava!"

"Então é isso?! A conversa do gato é por causa da conversa dos filhos?"

"Não. A conversa dos filhos é por causa da tua conversa sobre companhia... um gato não faz companhia. Nós é que lha fazemos."

"Não sabes o que dizes..."

"Dá-me um dos teus cigarros... (fumo) sei o que digo e digo-te mais... Aquela meia ali pendurada na lareira com o nome do gato é para eu me rir?"

"O que é que tem?!"

"Mas tu tens 10 anos ou envelheceste 50 e vives sozinha com 200 gatos?! Não te reconheço, pá..."

"O quê? Eu sempre fui assim. Sempre gostei de gatos e sempre os tive... "

"Oferecer presentes a um animal, é estúpido!"

"Não. Estúpido és tu! E insensível também. Quando trouxe o Arlequim para casa, não me disseste nada. Até te mostraste contente com o meu presente. E agora, 1 ano depois fazes-me isto?!"

"Arlequim, então é esse o nome do bicho?”

Ao perguntar-lhe novamente se me dá o divórcio ela nega-o. Acho que ela me irá sugar a conta bancária e até o sangue só para me deixar em paz, me deixar viver. Como é possível não sentir nada por alguém que senti tanto.

Acho que ela anda caída por um gajo, não sei se teve algo com ele, mas sinto que quer. Sei que ela sabe que não será uma relação de futuro, mas quer e ao querer está a deitar tudo a perder e perdeu-me.
A menina inocente que não consegue controlar os seus apetites. A menina fofinha que quer ser amada e que diz nunca se ter sentido tão amada como por mim, deixa-se ir por um pedaço de carne, sem sentimentos, sem compatibilidade intelectual.
Quero o divórcio que ela me diz não dar e por o querer vou lutar por ele.
Olho para o gato o gato olha para mim e faz um Bfffffffffffffff,

"Bfffffffffffff?, Bfffffffffffff filho da puta!"

Pego no gato pela cabeça e sigo para o WC.

"Onde vais com o meu menino?"

Não respondo.

Chego ao WC largo o gato na sanita e puxo o autoclismo, dizendo:

"Querida, a sanita está entupida"

"O que se passa?"

"Não sei, pergunta ao teu gato"

Ela corre para o WC e solta um grito histérico.

"A propósito, quero o divórcio AGORA!"

Ele recosta-se no sofá. Pega no comando e liga a tv...

- Estás a ouvir? (grita ela da casa-de-banho)

- Estou, mas muito mal. Se abrires a porta, oiço-te melhor.

O som da água a correr, indicava que ela iria tomar um banho, e como sempre, demoraria mais de 30 min.
Apesar da confusão que se tinha instalado naquele dia, ele sabia que o melhor era deixá-la sozinha.
Levantou-se de um impulso e dirigiu-se para o Wc. Abriu a porta, e já o vapor cobria toda a divisão.

- Sai!

- Não. Quero falar contigo agora.

- Já disse o que tinha a dizer. Deixa-me. Vai-te embora...

Ele abre a cortina e vê-a, nua e sentada na banheira, com a água a cair-lhe em cima.

- Não estás a chorar? (pergunta-lhe indignado)

- Não.



FIM


Prenúncio de Noite de Natal  

Posted by mf in

(Clicar para aumentar.)

Sai Daqui  

Posted by Therion in

Acredito que me ames, mas sei que não me queres
Pois achas que eu gosto, de todas as mulheres
Mas isso não é verdade e tu tens de acreditar
Não há mais ninguém a quem eu consiga amar
Eu só te quero ver, quero estar ao pé de ti
Sem nunca te perder, ficarmos sempre assim
Juntos de mão dada, de olhos nos olhos
Quero-te a meu lado és a musa dos meus sonhos
És aquela que eu gosto, aquela que eu quero
Sinto que não me amas, e entro em desespero
Amor não correspondido, não sei o que isso é
Pois tudo o que quero eu tenho-o aqui ao pé

Tenho-o aqui ao pé, mas não lhe posso tocar
Não sei porque mas não te permites amar
Não gosto de perder, não gosto de dar
Mas vou ter de ceder pois não posso ganhar
Ganhar o teu amor, ganhar a tua paixão
Ganhar-te a ti e pegar na tua mão
Sem preconceitos, sem nada para esconder
Sei que não sou perfeito mas quero te ter

Tudo o que queria era alguém como tu
Insistes em esperar sem lutar
Podes ir levar no cu

Agora sai daqui, estou a ficar farto de te ver
Tudo o que sinto terá de desaparecer
Todo o meu amor, toda a paixão
Toda a vontade de pegar na tua mão
É só vontade de fugir, vontade de morrer
Para poder sentir o que estou a perder
Talvez me arrependa e queira voltar atrás
Depois do que disse não sei se sou capaz
Capaz de te amar, como te amo e amei
Poder-te perdoar... isso já não sei

Tudo o que queria era alguém como tu
Insistes em esperar sem lutar
O meu eterno deja vú

Mulher de Azul  

Posted by Bruno Fehr in

E quando não sabemos o que vemos? Se é que vemos!

O meu nome é Santiago. A minha vida corria bem. até "ela" ter aparecido. Corria tudo tão bem, que me dei ao luxo de largar o meu bem remunerado emprego e iniciar um trabalho por conta própria. A minha primeira empresa cresceu e vendi-a antes do mercado ficar saturado de concorrência. Abri a segunda e fiz o mesmo, esta segunda faliu 4 meses após a ter vendido. Fazia investimentos seguros e lucrativos, até ao dia em que apostei tudo no cavalo errado, inexplicavelmente perdi. Investi tudo o que tinha num novo projecto que faliu. Na mesma altura estive envolvido em 4 acidentes de automóvel, com a destruição total de dois carros e mais 2 acidentes menores. Fiquei na estaca zero, só com o meu carro acabado de comprar e ainda não pago e a minha casa, mas sem fontes de rendimento. Tudo passou a correr mal, a cada passo cometia um erro.
Foi nesta fase que tudo acabou com a minha namorada. Por mais que tentasse tudo falhava. Recebia mensagens de alguém que parecia saber da minha vida mais do que eu. Parecia que todas as portas se estavam a fechar e o mundo a desabar.

Dias antes desta minha fase ter começado, tive um sonho, com "ela":

Acordo em sobressalto, levanto-me e vou à casa de banho urinar. Enquanto urino, olho para trás e vejo um vulto azul com formas femininas, que flutua rapidamente na minha direcção. Antes de ela chegar a mim, acordo novamente e após acordar, acordo realmente. Ou seja eu acordei num sonho continuando a sonhar, tendo acordado ainda sonhando, até que acordei. Este sonho perturbou-me.

Após ter reconhecido a minha derrota financeira e sentimental, os sonhos pioraram.

Ao adormecer, acordava dentro dos meus sonhos e não me conseguia mexer, estava gelado, não mexia mãos, pés, nem conseguia falar. Nada. Lutava para recuperar controlo do meu corpo. Estes sonhos repetiram-se até eu aprender a forçar o meu acordar. Lembro-me de quando sonhava isto, pensar "acorda, acorda, acorda", enquanto forçava os movimentos. Assim que algo no meu corpo se mexe, acordo. Aprendi assim a sair dos sonhos, a fugir deles. Ainda hoje consigo forçar o meu acordar, consigo interromper os sonhos que não me agradam, acordando consciente de que fui eu que decidi acordar.

Certo dia, algo mudou. Acordei dentro do meu sonho, deitado onde adormeci, com o mesmo vulto azul em cima de mim a estrangular-me. Era a mesma forma feminina, com longos cabelos ondulados que ria histericamente. Não lhe via a cara era um fosso negro, nem conheço ninguém com um cabelo assim. Parecia ser uma mulher na casa dos 40.
Lutava por me mexer, enquanto me sentia sufocado, não conseguia falar, com esforço pronunciei uma palavra, "não", ela largou-me e eu acordei.

Perturbado, contei ao meu pai, que é uma pessoa que diz, "eu não acredito em bruxas mas que as há, há". A minha avó soube através do meu pai, ela é ainda daquelas que acredita em maus-olhados e bruxedos. Fez-me um teste antigo, de identificação de mau-olhado. O teste consistia no seguinte; encher uma malga se sopa com água e deitar-se um pouco de azeite. O Azeite, não se dissolve em água e tem tendência a juntar-se num só ponto e isso segundo ela, significa que está tudo bem. Quando o azeite se junta em vários pontos (inúmeras bolinhas), isto significa que há mau-olhado e resolver-se-ia com umas rezas antigas que ela conhece.
Eu não acreditava em nada disso, mas já que a fazia sentir-se melhor, deixei-a fazer o teste na minha presença. Os resultados foram fascinantes, o azeite em contacto com a água não se juntou, nem se separou, simplesmente desapareceu. A minha avó entrou em pânico, com o nível de mau olhado que aquilo significava. Eu fiquei incrédulo, pois o azeite não se dissolve em água.

Durante uma semana mal dormi, não queria adormecer tal como a actriz no filme "Pesadelo em Helm Street", durante essa semana a minha avó fez o mesmo teste acompanhado de rezas religiosas, até que um dia, o azeite se juntou e deu normal.
O meu pai perguntou-me se tinha voltado a ter esses episódios e eu respondi a verdade, que não. Ele disse-me, tudo isso foi resolvido. Achei melhor não perguntar como, pois sei que não iria gostar da resposta.

Na noite anterior à minha partida e quase um mês sem esses episódios, esse vulto negro e o meu congelamento do corpo voltou. Desta vez senti dor, como se o meu coração estivesse a ser arrancado do meu corpo, uma dor indescritível. Aí fiquei com a certeza que não era um sonho, acredito ainda hoje que não estava a dormir, estava sim naquela fronteira entre o consciente e o sono.
Tentei racionalizar, que os episódios paranormais são truques da mente. Eu andava, preocupado, nervoso, stressado e cansado, pois dormia pouco. Para mim essa era a explicação.
O que é certo é que passados 4 anos do meu afastamento daquela cidade e apesar de ter fazes mais stressantes e com menos descanso, isso nunca mais aconteceu, o meu azar passou e tenho uma vida normal com resultados positivos a nível profissional, pessoal e sentimental.

Sei que o meu trabalho, o meu sucesso, as minhas namoradas e o meu estilo de vida eram motivo de invejas, intrigas. De volta e meia tinha alguém a falar negativamente de mim nas minhas costas. Na minha vida sempre ouve lendas sobre mim, que pairavam como dúvidas, coisas que nunca me preocupei em confirmar ou negar, pois sempre me senti superior a intrigas. Combatia tudo isso vencendo as minhas batalhas diárias.

Tudo poderá ter uma explicação lógica.
Tudo poderá ter sido a minha mente a pregar-me partidas.
Tudo poderá ter sido uma acumulação de tanto mau karma, transpirado por certas pessoas.
Tudo poderá não ter qualquer tipo de explicação lógica.

Percebi a Lei de Murphy que diz que "quando alguma coisa pode correr mal, vai correr mal", quando pensamos que tudo corre mal, pode ainda correr pior.
Temos é de compreender, quando devemos de usar a nossa pouca força que resta, para lutar ou fugir.
Já que estamos a cair, não vale a pena lutar contra a queda, pois ela é inevitável. Devemos deixar-nos ir, guardando as forças que ainda temos, pois ao chegar ao fim do poço, só existe um caminho e esse caminho, é para cima. Lutar para voltar à superfície e não parar aí. Para um dia podermos olhar de cima para baixo, sobre todos esses sentimentos de inveja insignificantes, que depois já não nos atingem.

Sei que nada disso me voltará a atingir, pois essas pessoas são como moscas.

Esta noite acordei a meio do meu sono. Abri a janela e estava um frio horrível com um leve manto de neve que cobria tudo. Fico a observar o rio, coberto por um manto de nevoeiro. A certa altura algo despertou a minha atenção, do meio do nevoeiro observo algo que me é familiar.
Um vulto de mulher, vestida de azul, que lentamente saía do nevoeiro, aproximando-se de terra.
Não estava a dormir, nem dormi mais. Ela encontrou-me...