Vivemos presos a mundos diferentes
Amores totais, amores doentes
Quanto mais amas, menos tu sentes
Num mundo cheio de amores cruzados
Vivemos sozinhos, desapaixonados
Trocamos de cuecas como de namorados
Vivemos, no fundo sendo mal amados
Dizemos que é para sempre, mas o sempre, acaba cedo
O que queremos nunca está perto e o longe mete medo
Sentimentos vendidos no calor do momento
Pensamentos perdidos levados pelo vento
Caminho por ruas estreitas em busca do que não quero
Uma luta constante de um profundo desespero
Sonhos vazios só para me fazer continuar
Numa busca oca, pois é obrigatório amar
Não choro com lágrimas como um comum mortal
Choro por dentro como um animal
Não procuro amor nem sei se quero amar
Procuro lágrimas perdidas no fundo do mar
Abraça-me agora por todos os adeus que nunca dissemos
Diz-me que ainda sou o homem que fui
Asseguram-me que sonhas com o que nunca vivemos
E que o amor esquecido é um rio que flui
Se soubesses a tristeza de se estar sempre triste
verias as coisas como eu sempre vejo
Impávido e sereno de espada em riste
Que deixo cair com o calor de um beijo.