Contos Egóticos  

Posted by Bruno Fehr in

Os "Contos Egóticos" será uma rubrica escrita por Afrodite e Bruno Fehr (Crest©) .

Serão as histórias de um casal. Ele é o Pedro Renato e ela a Maria Rita, este casal ama-se e sente um tesão constante um pelo outro, o único problema é que não sabem dizer os R's. Neste caso nem os sabem dizer, nem os sabem escrever. Sinceramente duvidamos que eles próprios se tenham apercebido deste problema de expressão.

Contos Egóticos I  

Posted by Bruno Fehr in

Desde que te conheci, os dias são mais longos. Tu és neste momento, o meu mundo e vives na minha mente 24 hogas pogue dia. Passo todo o meu tempo no tgabalho a olhague paga o guelógio, ansiando pelas 17 hogas. A hoga de voltague paga ti e peguedegue-me nos teus bgaços.
Eu devia concentgague-me mais no meu tgabalho, pois segue guepguesentante integuenacional e guestogue de contgatos de uma empguesa como a minha. É muita guesponsabilidade paga uma pessoa só.
A tua caga, o teu coguepo, cegam-me. Só penso em abgaçague-te, beijague-te, dague-te uma dentada nesse teu fantástico cagueigo e fodegue-te, fodegue-te como se o mundo acabasse amanha.
Ó minha queguida Maguia Guita, só mais uma hoga e estaguei contigo novamente.


Meu queguido e adogado Pedgo Guenato, és o ague que eu guespigo, és o noguete da minha bússola, pegco-me em pensamentos egóticos contigo, sinto a tua guespigação no meu gabo e na minha gata moguena, que tu tanto adogas e acaguicias. Ela fica molhada e concentgada em te tegue! Já não sabemos vivegue sem ti, eu e a minha gata moguena, ela ainda guita mais pog ti que eu pgópguia...ela paguece pedigue "enfia o cagalho todo na gata, está pgonta paga ti", é uma desavegonhada esta gata. paguece que tem vida pgópguia. Tgaz-me o teu cagalho e apaga-me este calogue todo, amogue. Esta hoga paguece uma etegnidade!!!! Adogo-te tanto meu Pedgo Guenato!!!

Finalmente chego a casa. Abgo a pogta e penso "cagalho". Egas tu com uma saia ao xadges veguemelha, de menina de colégio integno, pegnas nuas e uma guégua na mão. Tu guitas "já pgó quagto cabgão" e eu vou sem nada dizegue.
Já no quagto empugas-me paga a cama e começas a fazegue um stguip tease, agaggada ao vagão que temos no quagto.
Poga és mesmo linda, paguesses uma vagonesa de pecado.
O meu cagalho cgueche e cgueche, já nem me cabe nas minhas lindas calças de sagja.
Estendo a mão, paga tocague no teu cagueigo lindo, mas não deixas, dás-me com a guégua na minha mão. Doeu como o cagalho. Não aguento mais:

"amogue, faz-me um bgoche daqueles que só tu sabes fazegue"

E eu não me faço gogada, abocanho-te o cagalho sofgamente enquanto olho paga ti, com caga de pgostituta bagata, quego que sintas o calogue todo que me pegcogue o cogpo. Págo e guito:

"Bombeigo fode-me o cagueigo, dá-me de fogça com o teu extingtogue"

Pegas-me pog tgás como eu adogo e entegas o cagalho todo lá dentgo e eu guito pog mais:

"Não pagues CAGALHO, não pagues...quego sentigue todo lá dentgo do cagueigo da queguida!"

Sinto que te quegues vigue com toda a loucuga e pago de guepente, beijo-te a boca e até o naguiz, vou descendo com beijos caguegados de amogue e luxuguia e volto a abocanhague-te o cagalho. Olho paga ti a soguigue e digo:

"Vá, faz de mim o que quisegues"

Ao ouvigue aquilo eu penso "cagalho, vou moggegue, esta mulhegue está cada vez mais podegosa".
Sem guesseios pego em ti nos meus bgaços e em pé, sento-te no meu cagalho, as tuas pegnas em volta do meu cogpo, ajudam ao equilibguio.
Tu gemes, tu guitas eu gemo e gezo, gezo paga não me vigue cedo demais. Poga, que só de olhague paga ti, quase me espoggo todo.
Deito-te na cama, com as tuas pegnas nos meus ombgos e entego-o todo bem fundo na tua guta dos pgazegues, "não pagues, não pagues", guitas tu. Não pago e não tenho medo de ninguém. Dou-te com fogça, com todo o meu podegue fisico. Mesmo antes de me vigue saco o cagalho foga. Quego-me vigue a comegue-te pog tgás, com a tua bela fabguica de feggego goché vigada paga mim. Enteggo pgofundamente na tua gata molhada, que escogue guios de pgazegue.


Empino o gabo como gostas e deixo-te guiague o meu cogpo, olho paga ti com caga de gulosa e cuguiosa, com o que pensas e mais uma vez guito:

"Vá toca a fodegue, mexe esse gabo, dá-me de FOGÇA, entega-o todo lá dentgo"

Nisto sinto-te gemegue e espogas-me patagueca e gabo, soguis como nunca tinha guepagado. Deitas-te a meu lado e agagacias-me caguinhosamente...olho paga ti pegplexa e digo:

"let's getugn and go stgaight to numbegue one" (pgivate joke!) e acgscento "Quego mais amogue, faz-me vigue"

Ao ouvigue isto, guespigo fundo, olho paga o meu cagalho, vegmelho e supegue cansado e digo-lhe:

"Acogda desgaçado, hoje vamos fazegue hogas extgaogdináguias"

O meu cagalho olha paga mim, com caga de "vai-te fodege", mas ao vegue a Maguia Guita, alí deitada com caga de desejo, ele aguebita como que dizendo "vamos a isto, vamos fodegue ou mogguegue".
E assim com o guito de Epiganga do cagalho, já pgonto paga outga, ouço-a dizegue:

"Sem pagague amogue, pgepaga-te que segá assim toda a vida! Mulhegue de muito alimento, quego muito o teu cagalho".

Dito isto beijo-te à bguta, como só eu sei segue e mugmugo-te ao ouvido, goçando com os meus lábios na tua oguelha:

"Vamos ao segundo gound??? Pgepagado? Aqui vai a fugacona!"

Segugas-me com fogça e abgaças-me, guespondo a esse abgaço com a seguinte fgase:

"Amogue vamos fodegue como se não houvesse amanhã!"

...e...assim foi! Com cagalho e gata em feguida mas soguidentes e felizes!


Por: Afrodite & Crest©

Prisão de palavras  

Posted by mf in

Há pessoas que passam pela vida sem se preocuparem com as palavras. Sem as pensarem, sem as medirem. São mais viradas para o ‘aprender fazendo’ do que para o ‘aprender pensando’. Por essa razão, as palavras – que se dizem, que se escrevem, que se lêem – desempenham na sua vida um papel prático, apenas.

Há depois outras pessoas que se deixam aprisionar pelas palavras. Que as absorvem e as mastigam, saboreando todos os sentidos que descobrem ou lhes são revelados. Às vezes é bom, às vezes é mau.

As palavras tornam-se grilhões pesados, sufocantes e temíveis, quando estrangulam e maltratam. ‘Não és capaz’, ‘a culpa é tua’, ‘não prestas’ são exemplos. Assim nos deixamos arrastar para o poço, numa cativeiro de dor, angústia, sofrimento, medo.
Esta prisão de palavras é cruel, destrói a alma, amputa, cega, obscurece o horizonte.

Há depois palavras que aprisionam porque nos ajudam a ordenar o pensamento. São palavras que nos atraem, que nos fazem pensar. São mansas, de auxílio, guiam-nos pela cegueira. Aguçam-nos o espírito, confortam-nos, revelam-nos saudades escondidas, divertem-nos. Fazem-nos rir. E chorar, quando é preciso lavar a alma.

Por elas nos libertamos até ao contrário das primeiras, preparando o caminho de regresso a casa. Ao lar. São palavras que nos aprisionam docemente, pela beleza que encerram. Pelo amor que desprendem, pela solidão que rasgam. Palavras que nos preenchem de amor, alegria, paz. De abraço quente. Que nos refazem por dentro, que nos resgatam ao feio, à morte. De portas escancaradas e janelas largas, rasgam o horizonte e levam-nos ao mais alto de nós. Nesta prisão de palavras, e como tão bem sabe Alexandre O’Neill, sentimo-nos beijados…

Cadáver Esquisito  

Posted by ipsis verbis in

O próximo texto será o segundo da rubrica "Cadáver Esquisito", mas ao contrário do que aconteceu na primeira estória, esta foi dividida em 4 partes. Assim que acabei a primeira, dei a ler ao Bruno Fehr (Crest©) apenas o parágrafo que podem ler a cinzento. Ele fez o mesmo e como gostámos, continuámos e repetimos a dose :)

eu - vermelho vinho
Bruno Fehr - verde garrafa

Podem ler o resultado abaixo desta explicação.

Cadáver esquisito II  

Posted by ipsis verbis in

O escritor.

Pensei primeiro em fumar um charro. Mas não tenho nada aqui em casa, e depois dava-me para ter a mania da perseguição... O que pensando bem até podia dar um grande policial,
ou thriller... Bah... Veio-me à ideia o vinho de mesa que está no frigorífico. Mas já deve ser vinagre, ou sempre foi... ou lá o que é... Tenho que conseguir escrever algo de jeito! A editora depende de mim, e eu dos meus leitores. Estou sem vontade de pensar em merdas que outros já pensaram. Ler um livro de outro escritor é demasiado irónico. Não quero isso... ai as horas! Acho que vou fazer um chá para acalmar... porra! Agora não me sai da cabeça o Lewis Carrol... A Alice e o Coelho...

Ahahaha... estou maluco e a minha vida não é mais que um manicómio gigante, onde sou escritor de contos estranhos para crianças!

Estranhos não, porra! Os meus contos são normais, as crianças é que são estranhas, escrevo mesmo para as irritar, pois elas irritam-me! "Eu quero isto, eu quero aquilo", ahhhh, odeio pedintes, pior pedintes exigentes, "queres? vai trabalhar". Sim e porque não? Tenho uns ténis giríssimos, Adidas made in China, que foram feitos certamente por criancinhas. Bolas, os ténis estão muito bem feitos, bem melhores que aqueles desenhos sem nexo que os putos que eu conheço fazem! Odeio, que numa da minhas sessões de autógrafos imaginárias, venham aqueles pais babados, dizer: "O meu filho adora os seus contos e fez este desenho para si". Olho para o desenho e vejo um sol a rir, uma árvore e uma casa. Tudo torto e uns bonecos cabeçudos que representam alguém, que não me interessa quem são. São monstros. Dá-me vómitos.

Aceito e calo-me, querendo dizer, "espero que o seu filho tenha mais sucesso a fazer betão num obra pública, pois a arte não é com ele".

Viro costas e sinto um enorme "plim" dentro de mim. E se alguém naquele momento tivesse o dom da visão imaginária, veria em cima da minha cabeça, uma enorme lâmpada a brilhar. Todo eu era ideias. Todo eu tremia com a vontade de passar para palavras o que me soluçavam as imagens que ia construindo mentalmente. Saio dali a correr, para não me esquecer de nenhum pormenor. Na rua quase que consigo ouvir o "tlec tlec" das teclas do computador, com os meus dedos a pisar cada letra e a passar para o monitor as palavras, as frases e a fantástica ideia que aquele encontro estúpido tinha provocado. Não consigo parar de rir por me apetecer gritar "Eureka" no meio da avenida em pleno dia e compleamente sóbrio. Quase que me vejo já sentado a escrever a minha obra prima. O meu Nobel... e tropeço no poste que, alguns metros antes (posso até jurar) estava mais para o lado direito. Endireito-me e continuo a correr. Mais calmo, sentia agora o vento na cara. Ouvia todos os barulhos da cidade e já não ouvia o "tlec tlec" do teclado.

E a correria mantinha-me mais atento às pessoas, que não se desviavam da frente para me deixar passar, que à minha imaginação.

A minha imaginação corre, corre como corro eu. Olho para as pessoas e só vejo potenciais histórias para o meu próximo livro. Metade das gajas parecem-se com a fada Sininho, a puta é boa, canita mas boa. Apetece-me espancar todas as pessoas que se parecem com o Peter Pan, mas são tantos. Ahahahahahaaha. "Saiam da frente, o Capitão gancho vai a passar". Paro. Bati de frente contra uma velhota. Ela está no chão e não me parece em bom estado. No entanto não consigo parar de rir. Escuridão... Onde estou? Ao abrir os olhos parece que o tempo parou por momentos. Lembro-me de estar na rua, a rir de uma velhota aos gritos no chão e agora estou aqui. Mas onde? Estou vestido de branco. Chão branco. Paredes brancas. Tecto branco. Tudo é branco e almofado. É um quarto verdadeiramente acolhedor e confortável. Mas este fato que me vestiram, não dá grande jeito, a camisa obriga-me a abraçar o meu próprio corpo, não tenho liberdade de movimentos. Ouço um som. Uma pequena gaveta abre e um prato de papel, com uma papa estranha desliza para o interior do quarto, mas sem talheres.
"Hei", digo eu.
"Sim?" responde uma voz do outro lado da porta.
"Como é suposto eu comer com as mãos presas?"
"Com a boca!", responde a voz em tom de ironia.
"Precisa de mais alguma coisa?", diz a mesma voz.
"Sim, por acaso preciso"
"Diga lá, que eu vejo o que posso fazer"
"Coça-me os colhões"
A voz não responde. A pequena gaveta fecha e eu, rio, rio perdidamente, ouvindo o meu eco ao longe, em segundos ouço muitas outras gargalhadas, de felicidade incontrolável como a minha.


FIM

Karalhoke!  

Posted by Bruno Fehr in

Ora, este é o primeiro texto do Karalhoke, que é suposto ser feito por mim e por um amigo pessoal "Rubs", que infelizmente ainda não pode postar, por isso começo-o, eu!

A ideia é colocarem o video na play, e ignorarem a letra original, cantando com a minha versão melhorada do tema.

Pode ter piada, ou não...

Só fritas à minha frente  

Posted by Bruno Fehr in




Só fritas à minha frente


Só fritas à minha frente, lançadas no meu caminho,
Por mais fritas que tenha sinto-me sempre sozinho.
De que vale ter uma frita, sempre pronta a cobrir
Ter uma nota no bolso, chamar um taxi e fugir

As mulheres da minha vida são bonitas de se ver,
Tão depressa estão cozidas como fritam, vão se foder!
Para mim isto é estranho, um dia tem de acabar,
Parece que o mundo frito se uniu p'ra me mamar!

Passo horas a escrever, sem saber bem o que digo,
Não quero encantar as fritas, escrevo para o meu umbigo.
Vejo-me à noite ao espelho, não percebo o que vêem,
Em seguida eu me lembro, o problema é o que lêem

As mulheres da minha vida são bonitas de se ver,
Tao depressa estão cozidas como fritam, vão se foder!
Para mim isto é estranho, um dia tem de acabar,
Parece que o mundo frito se uniu p'ra me mamar!

Hu-hu-hu-hu-hu, hu-hu-hu-hu-hu.

Vou por ai às escondidas, para as fritas não me verem,
Disfarçado de idiota só para não me foderem.
Mas, isto é muito estranho elas conhecem o meu cheiro,
Vêem todas atrás de mim até o anónimo paneleiro

Nao vês como isto é duro, eu não falo de tesão,
Dar de caras com tantas fritas, só me dá é comichão.
Porque é que elas fritam, não tem ser sempre assim,
Se não fossem as cozidas, o que seria de mim?

As mulheres da minha vida são bonitas de se ver,
Tao depressa estão cozidas como fritam, vão se foder!
Para mim isto é estranho, um dia tem de acabar,
Parece que o mundo frito se uniu p'ra me mamar!

Só há-a-a fritas à minha frente... Fritas à minha fren-en-en-en-te, frita há minha frente...

O Beijo  

Posted by Therion in

Vivemos perdidos em sonhos adolescentes
Vivemos presos a mundos diferentes
Amores totais, amores doentes
Quanto mais amas, menos tu sentes

Num mundo cheio de amores cruzados
Vivemos sozinhos, desapaixonados
Trocamos de cuecas como de namorados
Vivemos, no fundo sendo mal amados

Dizemos que é para sempre, mas o sempre, acaba cedo
O que queremos nunca está perto e o longe mete medo
Sentimentos vendidos no calor do momento
Pensamentos perdidos levados pelo vento

Caminho por ruas estreitas em busca do que não quero
Uma luta constante de um profundo desespero
Sonhos vazios só para me fazer continuar
Numa busca oca, pois é obrigatório amar

Não choro com lágrimas como um comum mortal
Choro por dentro como um animal
Não procuro amor nem sei se quero amar
Procuro lágrimas perdidas no fundo do mar

Abraça-me agora por todos os adeus que nunca dissemos
Diz-me que ainda sou o homem que fui
Asseguram-me que sonhas com o que nunca vivemos
E que o amor esquecido é um rio que flui

Se soubesses a tristeza de se estar sempre triste
verias as coisas como eu sempre vejo
Impávido e sereno de espada em riste
Que deixo cair com o calor de um beijo.

Cadáver Esquisito  

Posted by Bruno Fehr in

O próximo texto será o primeiro da rubrica "Cadáver Esquisito". O texto é escrito a duas mãos. Neste caso, eu escrevi a primeira parte que pode ser lida a verde garrafa e dei a ler à Ipsis Verbis, unicamente o parágrafo que podem ler a cinzento. A partir desse parágrafo ela escreveu o final de estória (vermelho vinho), sem nunca ter lido o inicio.

Podem ler o resultado abaixo desta explicação.

Cadáver Esquisito I  

Posted by Bruno Fehr in

A Viagem

Era uma vez, uma merda de vida, ou seja, a puta da minha vida.
Mas que raio faço eu aqui? Como é que cheguei aqui?
Um canudo na gaveta, resultado de 17 anos de estudo que afinal não me foi necessário. Andei a estudar só por desporto. Um bom emprego que me paga as dividas os vícios e mesmo assim posso estragar dinheiro. Uma namorada toda boa. Uma família que me apoia. Casa, carro, amigos. Tudo corria bem. Até ontem.
Ontem fui despedido, hoje perdi a minha namorada. A minha família critica-me e os meus amigos já não me acham digno de ser visto com eles. Mas o que é isto? O que aconteceu? Como é que o meu mundo caiu assim de um dia para o outro.

Estou deprimido como é óbvio. Não tenho como pagar as minha dividas, não tenho dinheiro para os prazeres mais simples, como um café depois de jantar. Aliás não sei até quando poderei jantar.
Ando deprimido, perdi peso, perdi a esperança, perdi os meus sonhos. Sou um recluso dos meus mórbidos pensamentos. Já ouço rumores sobre mim, que me fazem questionar se alguma vez alguém me conheceu. Até a minha própria família me virou as costas. Não tenho nada para lhes dar e eles adoram pedir, sempre pediram e eu sempre dei sem nada pedir em troca. Não pe
ço. Prefiro passar fome a pedir o que quer que seja. Não têm nada a temer nesse aspecto.

Mas como passei eu de menino bonito, o orgulho da família, a um drogado? O porque raio me acham um drogado, eu nunca toquei em droga na minha vida. Perdi peso, pois não tenho apetite, não durmo porque tenho problemas demais na minha cabeça. Estou desesperado e não tenho ninguém que me empreste um ombro, um abraço, um ouvido, uma palavra amiga. Ajudem-me, não quero nada de material, quero companhia para não me perder de vez.

Estou farto disto tudo. Farto de pessoas falsas, sinto-me usado, inútil quero desaparecer, mas sou ou consciente demais, ou cobarde demais para dar um tiro na cabeça.

Vou mesmo desaparecer. Preparo uma pequena mochila. Pego no pouco dinheiro que tenho. Entro no meu carro, encho o depósito e parto.


Para onde vou, não sei, vou andar até o carro parar e depois... veremos. Nada mais tem valor para mim. Nem eu próprio. Sigo sem rumo pelas estradas da vida em busca de algo, de me encontrar pelo caminho, ou de me perder de vez.


Não sei como vim aqui parar. Parece-me que adormeci ao volante e algo ou alguém me trouxe para este sítio. Acordei num daqueles típicos Motéis de fim de estrada. Dos que vemos nos filmes em que o gajo acorda sozinho num quarto escuro. Sento-me na cama, na qual dormi vestido e fumo um cigarro. A única diferença, entre a ficção e a realidade, é que eu dormi nu. Está um calor insuportável, e mesmo com as janelas abertas e as persianas fechadas, existe este bafo quente no ar que se torna doentio. Sinto-me doente, e não é só deste calor.

Puxo do cigarro e coço os tomates. Por mais que tente, não me consigo lembrar de como cheguei a este quarto. Quem me despiu? E onde raio está a minha roupa? Isto não faz sentido. Tenho o tabaco em cima da mesa junto com as chaves do carro e a minha carteira. E o dinheiro está cá todo!

Dirijo-me à casa-de-banho. Acendo a luz e tento não olhar-me. Lavo a cara. Pego na toalha com que me sequei e coloco-a à volta da cintura. Saio do quarto para ver onde estou e da varanda, vejo o meu carro de frente para a porta. Não vejo ninguém. E não há mais nada que me possa dar pistas sobre o local onde me encontro. O pinhal cerca o motel.

As minhas roupas não estão no quarto. Na casa-de-banho também não. Por ter visto apenas um carro no parque, e esse ser o meu, tomei a liberdade de descer até à recepção, só de toalha.

No elevador, foi impossível não me olhar no espelho. Vi-me com os olhos de quem desesperadamente tenta compreender, mas também vi os olhos de quem sabe. Virei-me de costas para o reflexo.

Na recepção, um velho gordo e careca, em tronco nu, disse-me que eu tinha chegado sozinho mas que esperava um amigo. Não sei do que fala, mas continuou, dizendo-me que esse amigo teria saído de madrugada, levando consigo um saco. Como não o viu de frente, não mo conseguiu descrever.

Deu-me a roupa que visto agora. Paguei-lhe a noite e saí. No carro, não encontrei nada de estranho. Nenhuma prova, nenhum sinal…

Fiz-me à estrada novamente. Perdi-me em pensamentos…

Ao mesmo tempo, tenho a calma de quem sabe o que se passa. Ou pelo menos, do que se passou.  O certo é que desde ontem, no carro, não tenho memória de nada. E se isto não me assusta, então é porque está tudo bem... ou assim o espero.



FIM

Por Crest & Ipsis Verbis

Matei-o (Parte 3/3)  

Posted by Bruno Fehr in

Acordo. São 16 horas, o meu quarto está escuro por estar aqui fechado há 25 dias. Por todo o lado, vejo livros de medicina, onde aprendi e aprendo como dissecar corpos. A localização das artérias, os pontos mais sensíveis à pressão, à dor. Livros, sobre os maiores criminosos de todos os tempos. O Código penal. Livros de direito onde estudei casos de crimes violentos.
Objectos de estudo em busca de um crime original e da maneira perfeita de bater o sistema, numa possível luta judicial. É impossível ser apanhado ou pelo menos castigado. O crime só não compensa quando é crime. Neste caso é justiça. A minha divina justiça de adaptar o mundo à minha vontade.

Não abro nem uma janela, quero a escuridão, ela é minha amiga.
Como é bom saber que vou matar, quem merece morrer. Alguém que ousou mudar o mundo que eu moldo, que eu controlo. Ninguém o pode fazer. A minha vontade é superior, é divina. Eu sou mais do que o meu próprio Deus, eu sou normal entre os Deuses, sou mais um. Uma voz e uma vontade, decisiva no futuro de todos os básicos mortais que me contrariam.

Aquela senhora que representa a justiça, é o símbolo dos homens fracos. A fraqueza humana está patente naquela mulher, mal vestida, com uma balança de pesos adulterados, uma espada e vendada como que a pedir que abusem dela. Não. O símbolo divino da justiça, será a partir de hoje um busto, com a minha cara, o meu corpo. Numa mão um livro, representando o meu conhecimento superior, na outra uma espada, para matar quem ousar a questionar a minha vontade divina.

Sinto-me cansado e acordei há pouco. Tenho estudado uma média de 20 horas por dia, conheço as leis e o corpo humano ao mais pequeno detalhe. Quase que consigo sentir o doce cheiro de um cadáver, do cadáver dele.

Vagueio pela casa, protegido da luz natural, numa escuridão interrompida somente por velas solitárias.
Vou à cozinha para comer algo, quando vejo o meu reflexo no espelho do corredor. Paro.

A minha cara está pálida como se fosse um fantasma, meus olhos encovados e sem brilho, rodeados por umas olheiras que se perdem na minha barba, que cobre o restante da minha cara.

"Quem és tu?", pergunto eu ao reflexo.

O reflexo observa-me sem responder. Num acesso de raiva parto o espelho num só murro.

Observo ao longe uma luz intermitente. É o meu telemóvel junto ao telefone fixo onde o deixei à 25 dias a carregar. Olho para o telefone e o visor do atendedor de chamadas, regista 32 mensagens. Pego no telemóvel e tenho 34 mensagens não lidas e 62 chamadas não atendidas. Alguém me procura, gente que ignoro, procura-me.

A caminho da cozinha a escuridão da casa é interrompida por uma luminosidade por debaixo da porta. Aproximo-me e abro a porta da sala. A luz vinda da janela do terraço, cega-me. Os olhos doem-me, a luz magoa-me os olhos e arde-me na pele.
Fazendo um esforço enorme para ver, aproximo-me da janela e passado minutos vejo a rua, o mundo.
Tudo está igual, nada mudou. Só eu mudei.

Viro costas à luz e ao mundo, sabendo que iria voltar, abro todas as janelas deixando entrar a luz e ar.

"Está na hora!" digo eu com uma convicção que nunca tive.

Arranco as roupas já coladas ao meu corpo e forço-me a um duche frio, para retirar o cheiro a podre que emanava e faço a barba.
Então, olho-me no espelho novamente e vi outra cara. Um tom rosado de pele, um brilho forte nos olhos, parecia ver as olheiras a desaparecer. Sorri, por me reconhecer.

"A ti conheço-te", disse eu para o meu reflexo.

Após vestir roupa lavada, pego nas chaves do meu carro e saio de casa.

"Matei-o, finalmente, matei-o", disse eu já na rua ao sentir o calor agradável do sol na minha pele.

Era mesmo verdade, ele estava morto. O responsável por tudo o que me corria mal. O objecto de todo o meu ódio. Com ele morreu o ódio que me consumia por dentro.
Ele morreu e fui eu que o matei!

Matei parte de mim.

FIM

Matei-o (Parte 2/3)  

Posted by Bruno Fehr in

Tenho todos os dados do gajo, agora é só decidir como o vou fazer.

Uma facada, um tiro, espancamento, imolação, tortura ou uma paulada no queixo. Tantas maneiras apelativas de o mandar para a quinta dos calados.

Com faca. Poderia usar uma técnica militar. Uma faca bem afiada nas costas. Uma facada de baixo para cima de penetração lenta no pulmão direito. Ele sente a dor da lamina em todo o seu esplendor sem conseguir soltar um único som. Poderia ser feito num local publico, à vista de toda a gente, ninguém vê.
O problema são as câmaras de vigilância e a falta de álibi, é que não me dá jeito nenhum ir preso. Por outro lado, uma morte publica faria dele uma espécie de lenda urbana, o que não me agrada.

A vantagem da facada nas costas é que antes de morrer ele pensaria, "quem foi? Porquê?". Não. Não serve eu quero olhá-lo nos olhos teria de ser uma facada de frente. Ver o olhar de surpresa dele e o brilho dos olhos lentamente a desaparecer à medida que a vida o deixa. Mas é muito badalhoco, ficava com o sangue dele nas minhas mãos e roupa.

Um tiro. Observando a localização dele e o local onde ele estaciona o carro, vejo que poderia ficar numa estrada paralela e atirar a 200 metros de distância através de um descampado. Tendo em conta a distância do tiro, a movimentação dele a pé e a minha experiência militar, tenho 90% de chance de o matar ao primeiro tiro, 100% ao segundo.
A arma. Apesar de ser fácil comprar uma arma com mira, além de dispendioso corro o risco de ela ficar presa na alfândega ao ser importada, caso a encomenda seja das poucas que são verificadas. Também não serve.
Uma pistola com silenciador. Ele ao estacionar o carro, entro pela porta do pendura e Pufff, um tiro silencioso na tempera direita. Nem uma palavra, só um tiro. A bala atravessaria-lhe a cabeça de um lado ao outro, saindo com velocidade suficiente para fazer unicamente um buraco no vidro. O vidro ficaria sim com pedaços do seu cérebro, que escorreriam por ele abaixo, lentamente como gósma. Seria lindo de ver, uma história digna de contar um dia aos meus netos.

Espancá-lo até à morte, apesar de eu achar que me iria dar um prazer imenso, além de demorar tempo demais, é cansativo e barulhento. Há sérios riscos de ele escapar ou de alguém aparecer e me identificar.

Imolação. Banhá-lo em gasolina. Não. Gasóleo que é mais barato. Não. Melhor ainda, em gasóleo agrícola que além de ser ainda mais barato, ele não merece mais. Pegar-lhe fogo e vê-lo a arder. Poderia até assar umas chouriças nas chamas, embalado pelos seus gritos. Que manjar. Dois prazeres em um, vê-lo a sofrer enquanto aprecio uma bela chouriça assada no seu corpo.

Isto é tudo muito giro, mas preciso de um álibi. Preciso de em caso de ser suspeito, deixar de o ser. Não me apetece ser preso acabando por tornar-me a putinha de um gajo qualquer. Não posso ser preso, não quero apanhar no cu, pelo prazer de o ver morrer.

Telefono ao meu advogado:

"Ouve lá Vítor, qual é a melhor maneira de um gajo limpar o cebo a outro e safar-se em tribunal?"
"Mas o que estás tu a dizer?"
"Cala-te e responde, cabrão!"
"Bem, tendo como álibi alguém que testemunhe que estiveste noutro lado à hora da morte"
"Mas a pessoa usada como álibi, poderia lixar-me"
"Claro que sim"
"Tirando isso, existe outra maneira"
"Declarando insanidade temporária, o que é muito difícil ou insanidade mental, que é possível se o crime for extremamente violento"
"Ok, se eu matasse um gajo e em tribunal, desse umas cabeçadas na parede, gritando que foram as vozes dos marretas que me disseram para o matar. Isso poderia resultar?"
"Mas, tu estás louco?"
"Responde à puta da pergunta!"
"Sim, poderia"
"Ok, então safava-me?"
"Em vez de prisão, essa pessoa cumpriria pena mais leve num hospital psiquiátrico"
"Muito bom. Obrigado"
"Mas para que queres saber isto?"
"Mete-te na tua vida"

É isso. Para um gajo normal como eu, fazer-me de louco é fácil. Bastam uns gritos segurando a minha cabeça, atirando-me para o chão dizendo "as vozes, as vozes". Um hospital até seria fixe, iria deixar aqueles loucos todos, malucos mesmo. Poderia até realizar o meu sonho de ter um quarto, com chão e paredes almofadadas, deve ser muito fixe.

O crime tem de ter contornos macabros e violentos, para justificar a insanidade que não tenho. Se o matar a sangue frio de forma premeditada, arrisco-me a 20 anos.

A solução? Rapto e tortura.

Rapto o gajo e levo-o para uma das quintas abandonadas da minha família, nunca vai lá ninguém e tem caves e adegas que lembram masmorras, bem como ferramentas artesanais que seriam muito úteis.

Dia 1:
Começaria com agulhas, espetadas uma a uma com intervalos de 5 minutos durante 8 horas, debaixo das unhas das mãos e pés. Um total de 96 agulhas. Depois de tão árduo trabalho iria descansar para voltar no dia seguinte.

Dia 2:
Uma a uma arrancaria-lhe as unhas, uma unha a cada 24 minutos, apreciando a sua dor.

Dia 3:
Com uma tesoura de podar cortaria-lhe os dedos, uma falange de cada vez, três cortes por dedo. Que prazer maravilhoso.
Claro que lhe iria estancar o sangue, não fosse aquele cabrão esvair-se e morrer na minha ausência, acabando com a minha alegria. O meu direito à tortura.

Dia 4:
Com uma foice, cortaria-lhe os mamilos enfiando-lha no cu. Com um alicate de pressão arrancaria-lhe todo o seu cabelo.

Dia 5:
Usando a faca de abrir os porcos, iria fazer-lhe cortes por todo o corpo evitando veias e artérias. Quero dor, não quero que ele morra... Pelos menos por agora.

Dia 6:
A língua seria cortada com uma faca do mato. Os dentes arrancados 1 a um em busca de cáries.

Dia 7:
Abriria-lhe o saco dos testículos, retirando-os. Com uma colher arrancava-lhe os olhos. Colocava os testículos dele nas cavidades oculares e os olhos no saco dos testículos e cozia o saco.

Nenhum juiz iria duvidar que eu na verdade fingia a minha insanidade. Eu não sou louco, mas tenho de me fazer de louco se for apanhado.

Claro que para o manter vivo teria de lhe umas injecções de uma solução de água com açúcar, mas ele precisaria de água para sobreviver. Água não se nega a ninguém, por isso iria força-lo a beber uma solução de água com laudano. O laudano é um veneno sem cheiro e incolor, que mata lentamente deixando o sangue ainda quente.

Dia 8:
Seria o toque final. O terminar a minha obra de arte. O meu maior prazer. O meu direito.
Com uma anestesia parcial, de maneira a mantê-lo acordado ao ponto de sentir. Abriria-lhe o peito até expor o seu coração. Com um conta gotas, pingaria uma mistura de ácido sulfúrico com água. Uma solução suficientemente fraca para não corroer o coração por completo, mas forte o suficiente para queimar. Gota a gota, gota a gota, gota a gota... Até ver o coração dele finalmente parar.

Por fim retiraria-lhe o intestino, não para fazer morcelas, mas para enfiar o intestino grosso dele, pela boca ligando-o através do estômago ao intestino delgado.

Ai iria rir e rir, como um perdido. A minha obra completa.
O seu corpo ali ficaria a apodrecer. Ninguém ali entra, só eu. Tenho os meus dois Rotweiller's soltos e eles não deixam ninguém entrar. Ao contrário de mim, eles são maus e agressivos. Eu diria que os meus cães são psicopatas, loucos, não percebo como ficaram assim, sendo eu tão normal. Normal tendo em conta as pessoas de QI superior. Não esta cambada de ovelhas que povoam o mundo. Fantoches que precisam de ser liderados e educados por seres divinos na terra, como eu. Sou normal no seio da minha superioridade divina.

O crime justo, o crime quase perfeito. Mas não perfeito, porque há corpo.
Pensei em desfazer o corpo dele em ácido, mas sou incapaz de o fazer. Isso iria destruir a minha obra de arte, que quero guardar para sempre. Além disso destruía o meu álibi.

(termina a 9/11)

Matei-o (Parte 1/3)  

Posted by Bruno Fehr in

Mas que cabra!
Quer dizer, só porque eu resolvo colocar um ponto na relação, ela aceitou. Aceitou na desportiva como se lhe estivesse a pagar um copo. Mas o que é isto? Onde está a baba e ranho, a choradeira que me faz perdoar as paranóias dela? Eu coloquei um ponto e ela fez desse ponto um final. Mas que raio? Pensei que ela estudasse letras! O que eu aprendi em letras é que o discurso, estória ou qualquer texto não termina num ponto, mas sim num ponto final.

Cabrão como sou, faz parte de mim castigar as minhas namoradas como bem entender. Antes isso que lhes bater.

"Sei que fizestes merda e eu não estou para merdas, acho melhor ficarmos por aqui"
"Tu é que sabes"

E virou costas. Quando eu digo que sei, na verdade não sei. Sei lá. Na verdade sei mas não quero saber, sabendo. É a capacidade do homem de só ouvir o que lhe convém e só saber o que sabe e o que não sabe, não interessa e só não interessa porque não sabe, por isso diz não querer saber. Mas quer.

Eu esperava choradeira, mas nada. Nem piscou os olhos. E agora? Agora estou sem namorada e os gajos há minha volta vão atacá-la como sete cães a um osso.
Bolas. Agora quero-a de volta, só para a poder deixar. Não aceito que ela aceite o fim.
Se gosto dela? Bem, depende. O que é gostar? Gosto de estar com ela, mas odeio que ela manipule o meu tempo. Quero tê-la por perto mas não ter de estar sempre com ela, pendurada em mim, como se fosse um apêndice. Eu ainda tenho o meu apêndice, não o uso, mas tenho, não preciso de outro.
Sim, tudo bem há a questão do sexo. Mas nem é por aí além. O sexo com ela é bom, mas é sempre a mesma merda, ela não varia nem gosta de variar. No entanto é bom, porque ela é boa.

Claro que tentámos ter uma conversa e contou-me o que ela sofreu para me conquistar, enquanto me via a comer outras. E depois? Devemos lutar por quem queremos e se ela me queria, tinha de lutar. Eu nem tinha reparado que ela existia, quando reparei, comi-a.
Não é por causa de uns apalpões e beijos que iria namorar com ela, no entanto tornou-se tão habitual, que quando reparei, estava a namorá-la. Era invejado pelos outros gajos, mas não era feliz.

Sempre gostei muito de ter namoradas, mas as namoradas dos outros. Essas sim, não exigem nada em troca. Estão ali no momento e só contactam por mensagens secretas a meio da noite, para uma queca ocasional. Os namorados que sustentem os seus vícios, que aturem as suas birras, eu só dou a manutenção. Sou como um preparador físico e eles deviam era agradecer-me por terem melhor sexo.

Ou seja, neste caso fui deixado por deixa-la. Mas isto faz algum sentido? Como é que eu acabo e fico acabado. Porque raio sinto que perdi algo que resolvi deitar fora?
Tivemos a primeira conversa, que terminou comigo a tirar-lhe o soutien, pegar nela e levá-la para a minha cama.
Tivemos a segunda conversa em que ela diz que se está a apaixonar por um outro rapaz e eu, levei-a para a cama.
Estamos com a malta num bar e resolvemos ir a uma discoteca, a meio caminho, ela resolve ir praia a dentro.

"Onde vais?"
"Molhar os pés"

Vou atrás dela e acabamos a dar a queca na areia, com pulgas do mar e tudo.

Acabou o namoro e ela diz que quer que eu continue a ser, quem fui antes de namorarmos. Ora, tudo bem, eu não acredito na da amizade depois do namoro. Além disso, antes de namorar não fodiamos como coelhos depois da terceira frase.

Certo dia, estava eu no meio de uma queca e recebo um sms. Como sou cavalheiro, só vi o sms depois de terminar a queca.
Era ela.

"Preciso de falar, podes vir ter comigo"

Eu fui e mesmo estando num estado pós coital, dei-lhe uma valente que ela adormeceu de seguida.
Olhem só esta merda, então não é que a minha ex passou a ser como as amigas dela? Uma foda ocasional. Ocasional mas das chatas. É que eu nas ocasionais, gosto das que digam "fode-me", antes de sexo e "vai-te foder", depois do sexo. Esta diz-me "fica". Medo, muito medo!

Dizem que é das mamas. Uma amiga que tem mania que é psicóloga, disse-me que os rapazes que não foram amamentados, têm tendência para gostar de mulheres com mamas grandes. Que teoria de merda. Então qual será desculpa desta "psicóloga", para ser ninfomaníaca? Para a agradar tenho de dar o litro até ficar seco por dentro.
Sim. A minha ex tem umas mamas grandes, mas não é isso que me atraí nela. Acho até que são um desperdício pois eu não tenho mãos para aquilo tudo e quando as agarro, só penso como seria bom ter três mãos.
Já tive maiores. lembro-me de um par de mamas que certa noite me tentaram matar. Andei metido com uma Luso-Francesa; que era a minha foda de verão, visto que só vinha a Portugal em Agosto. Achei que come-la seria uma excelente oportunidade de não desaprender o meu Francês, mas nós não falávamos, só fodiamos. A primeira vez que a comi nem deu para chegar a casa foi mesmo ali, dentro do carro na berma da estrada. Na segunda vez, que conseguimos chegar a minha casa, a foda começou ainda nós nos estávamos a despir. Com ela por cima, tiro-lhe o soutien e reparo no meu erro. Aquelas duas bolas brancas com os bicos espetados caem em direcção à minha cara. Eu só pensei, ou sufocam-me ou os bicos furam-me os olhos. A minha vida foi salva quando aqueles peitos exagerados pararam a um milímetro da minha cara. O alívio foi incrível, dei-lhes uma dentada, que me motivou para a minha performance.

As mamas da minha ex, eram grandes mas não a ponto de me tentarem matar. Não foi isso que me atraiu nela. Nem sei o que me atraiu, acho que foi o fascínio dela por mim. Adoro ser mimado e idolatrado, mereço-o.

E tal e coiso e coiso e tal, fico a saber que o gajo que ela gosta namora e parece não querer deixar a gaja, porque ela tem mais dinheiro que o Belmiro de Azevedo.
Tenho de saber quem é este filho da puta, ou parto-lhe os cornos ou fodo-lhe a namorada. A primeira opção parece-me fácil demais, opto pela segunda. Em 24 horas já sei quem é o gajo. Morada, numero de telefone, local de trabalho, o carro que tem, matricula, os locais que frequenta. É mesmo um filho da puta, pois conheço-o já há muitos anos, mas nunca fui com o focinho dele, desde que lhe parti o focinho.
Só não lhe comi a namorada, pois no Zoo há fêmeas bem mais atraentes fechadas em jaulas.

Todos me perguntam e ninguém percebe.

"Mas vocês acabaram ou não?"
"Acabámos"
"É que os vejo juntos, continuam a sair juntos"

Eu sei que é estranho, mas eu deixei-a para ela se sentir deixada e não para aceitar daquela maneira, sentindo-me eu deixado. Por isso tenho de a conquistar para a deixar de uma forma mais dramática. Quero lágrimas, porra! Até as pode fingir, não me importo com esses detalhes.

Correu mal, não conseguia comer a gaja dele, nem que ela se cobrisse de notas de 500 Euros. Mas ele começou a comer a minha ex. Só a ideia de colocar o meu pénis onde ele já poderá ter colocado o dele, mete-me nojo. Não me refiro à namorada dele, pois no caso dela basta vê-la a 300 metros para me dar azia. Refiro-me a colocar o meu pénis onde já o coloquei inúmeras vezes e ele poderá andar lá agora, ou seja na rata da minha ex.

Vou deixar de a foder, passando a foder só as amigas.

Na queima das fitas, vou visitá-la. Saímos e bebemos como uns tolos. Estivemos separados perto de uma hora, pois uma amiga dela precisava de manutenção. Não namoro e não lhe devo nada, então vamos a isso. Ao voltar para junto dela, nem uma pergunta me fez, óptimo eu não lhe iria mentir, mas iria com toda a certeza ocultar a verdade.

Já pela manhã, quando vamos para a casa dela, deu-me tesão novamente. Tentei dar-lhe uma e ela diz-me:

"Não, não quero"

Não queres? Depois de estarmos no marmelanço durante uma hora. Depois de eu já estar em sentido, dizes não?
Adormeci mas demorei imenso tempo, primeiro tive de esperar que o meu Júnior adormecesse. Pela tarde, ela acorda-me toda enroscada a mim e quando dou por ela, estava a ser montado como se fosse um animal de rodeo. Gosto muito desta merda.

Mas eu sou uma pessoa. Também tenho sentimentos, alguns sentimentos, os que me
convêem, quando me convêm. Senti-me violado, o que não me irrita muito, mas senti-me usado o que deixa furioso.
Aqui o je não fodes mais. E não fodeu. Sinto bem, mas lamento as fodas não dadas.

Com esta decisão, afastei-me dela ao afastar-me ela deixou-se afastar e quando apareci novamente parecíamos desconhecidos.
Claro que não me afastei, afastei-me dos olhos dela. Todas as noites esperei à sua porta para ver se saía. Sempre que saía, segui-a para onde quer que fosse. Sozinha, com ele, tanto faz. Queria ver para crer.Vi mas não me chegava, o que fazia era errado? Claro que não! Era certo, mais certo ainda era torcer os pescoço aos dois.

Os meus amigos estavam comigo e com ela. Os montes de merda, que são o infiltras no meio dos meus amigos estavam com ela, ignorando-me. Ora muito obrigado, eles sabem que os odeio e que só preciso de um olhar atravessado, para voar 5 metros e lhes partir o focinho. Eles sabem disso e sorriem como os macacos, daquela maneira estúpida de quem não sabe o que está a fazer e acha que sorrir com dentes amarelos e mal tratados é sinal de simpatia. É uma ofensa! A exposição de uma dentadura manchada de tabaco e café ofende-me e apetece parti-los um por um, pois a ausência de tais presas não me dá enjoos.

O gajo, acabou por deixar a mina de ouro dele, feia como o passado de uma puta de berma de estrada. Agora saia regularmente com a minha ex. Está mal. Eu ainda reclamo propriedade. Ela ainda não se lavou vezes suficientes para retirar o meu cheiro do seu corpo.
A vida é uma selva e o que tem o meu cheiro é meu. Se não é meu, não é de mais ninguém.

Pareço um psicopata a falar. Daqueles que são deixados e matam a ex e o amante dela. Eu não sou louco, eu nunca iria fazer mal àquela miúda, ela é fixe. Por isso, vou matar o gajo!


(Continua a 07/11, termina a 9/11)