A saudade é algo de quase inexplicável. Como conseguir explicar a palavra saudade? Como conseguir partir isto de forma compreensível? Quase impossível diria eu. Apesar de muitas vezes essa saudade se traduzir em manifestações físicas, através de um batimento cardíaco mais acelerado, ou um dor chorosa, ou o olhar perdido, definir o sentimento em si é tremendamente difícil. Poderão dizer os estimados leitores que será assim com todos os sentimentos. É um facto que é. Mas a saudade é tão particular, tão profunda, tão complexa que o é mais ainda. Porque se repararmos bem, a saudade não resulta de um sentimento, mas sim da junção de vários sentimentos. Passo a explicar, para ter saudades de alguém é necessário amar, no sentido mais lato do termo, necessário gostar, querer, desejar. E se mal conseguimos definir estes sentimentos, como então chegar à saudade? O facto é que as temos, dos amigos, dos familiares, seja de quem for que gostamos. Podemos sentir saudades de um aroma, de um sabor, de tanta e tanta coisa. E se podemos ter vários níveis de amor, de saudade só temos um. Não sentimos saudades de maneiras diferentes, ou sentimos ou não sentimos.
Quem já não teve saudades do cheiro do mar, ou de erva molhada, ou do perfume num corpo, ou de um gargalhada com um amigo, ou de ver a placa a dizer Portugal na estrada? E quem já não teve saudade de alguém ainda antes de sair fisicamente de junto dessa pessoa? Quem já não sentiu o aperto no peito só com a ideia que dentro de momentos os olhos já não descansam na figura?
Dizem alguns que a palavra saudade é nossa, portuguesa, que mais ninguém no mundo a tem. Talvez seja, não conheço todas as línguas do mundo para o dizer de forma segura. Talvez porque afinal, nós os que falamos português, porque devemos aqui incluir todos os que falam a nossa língua, sejamos um povo sentimentalão, que precisa de palavras para exprimir o que sentimos.
Mas volto ao que disse, apesar de não ser definível, o que é facto é que as sentimos.
E por isso um desafio. Façamos uma lista do que sentimos saudades na nossa existência, aquilo que o simples mencionar da palavra saudade nos faz recordar, e vamos matando essas saudades.
Para finalizar, recordo as palavras de Sérgio Godinho:
"Matar não gosto muito,
Mas saudades é diferente.
É como matar pulgas,
Alivia a gente."
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on quarta-feira, fevereiro 11
at quarta-feira, fevereiro 11, 2009
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Existências
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2 Devaneios
Há muito que pareço ser imune a esse sentimento, posso por vezes tentar mas não o sinto realmente. Sei o que é, pois já senti, mas parece ter sido algo que perdi along the way...
27 de fevereiro de 2009 às 04:27
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