Diálogo  

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Na noite
Cansada
Adormecida
Cerrada
Pressinto
O crepitar do meu brasido.

Chispas de fogo sobem
Pelo céu do teu olhar.
Promessa em potência
De incêndio por lavrar.

Em minha boca
Entreaberta
Incandescida
Em oferta
Ensaio
O cautério que se avizinha.

Entrecorto-me em soluços
Ofegantes e fervilho.
É pólvora minha pele
Quando acendes o rastilho.

Minha língua
Impiedosa
Engole
Consome
Devora
Todo o ar à tua volta.

Vinte raízes beijadas
Assoladas por vento forte
Ateiam chamas em fúria
Em direcção ao meu norte.

Minha frente
De fogo
Avança
Cobre
Abrasa
Cada centímetro do teu chão.

Ferve-me a pele escalda-me o toque
Arde-me cada nervo em tição
Range-me a voz vão-se os sentidos
Deliro em delírio no furor do vulcão.

Estendo lava
Pela terra
Queimada
Fervente
Regada
Húmida de cinzas.

Expludo em centelhas
De espasmos rutilantes
Quando me rasgas os sentidos
Com ígneo círio chamejante.

É tua a campina aberta
Calcinada por meu desejo.
No rescaldo não te esgotas
E por ti de novo rastejo.

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6 Devaneios

Estive eu a ler Carlos Drummond de Andrade e depois vim aqui e... que posso dizer? UAU!

24 de novembro de 2009 às 18:52

Marisa:
Ai, rapariga, que até me fizeste deixar de respirar com a comparação...

25 de novembro de 2009 às 23:24

mf:

sem palavras.

Como sempre e cada vez mais.

26 de novembro de 2009 às 11:16

Intensa e apaixonante...
O filme desenrola-se em jeito de romance tórrido que nos deixa sem fôlego. :D

Se não estás apaixonada ao escrever isto, devias!!! ;)

Beijitos :)

2 de dezembro de 2009 às 01:01

Jane:
:)

8 de dezembro de 2009 às 23:12

Fada:
Tenho boa memória... :)

Beijo

8 de dezembro de 2009 às 23:12

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