Os minutos ouvem-se tic, tac , parecendo permanentes os tics e os tacs entranhavam-se pela mente .
Rolou na cama novamente, com a esperança de nao ouvir os barulhos daquele tempo inventado, na esperança de mergulhar no permanente nada que o sono lhe oferecia, já não dormia à 55horas , não conseguia esquecer ou sequer deixar de pensar naquilo que tinha feito.
Repensou os seus passos e tentou revê-los vezes e vezes na esperança de antecipar alguma duvida, precisava de se assegurar que tinha tomado a decisão certa. Que tinha dito a mentira certa.
Respirou fundo e tentou acalmar-se, afinal de contas , pensou , o que importa a vida de uma velha com 72 anos com dinheiro a mais e que acredita em Deus ? Para que serve as jóias ou pedras preciosas numa velha carcaça com reumático?
-Para nada!
Disse aquilo para si próprio. Odiando-se ao mesmo tempo.
E depois o silencio.
Um silencio que ocupava espaço, e na cozinha algo estalava, não tinha a certesa do que fosse, também já não interessava, tinha sido um dia para esquecer , 12 horas a trabalhar outras tantas a responder e tudo a perguntas incómodas.
Levantou-se da cama e foi à varanda fumar um cigarro, precisou de consumir um pouco de morte.
-Foi só um empurrão, repetiu desta vez em voz alta.
Ninguém lhe respondeu. Tudo estava calmo, apenas 1 cão ladrava ao longe em tom de desafio.
Fim
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on domingo, agosto 16
at domingo, agosto 16, 2009
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7 Devaneios
Dostoyevski
Eu nunca consigo escrever este nome bem à primeira...
16 de agosto de 2009 às 16:59
Bem-Vinda!!! :D
O texto é "duro"... E mexeu comigo, a minha tia faleceu sem fazer os 72 e eu não achava que ela fosse "velha"...
Mas gostei!
Dá um ar de policial dos anos 70... :)
Beijitos
16 de agosto de 2009 às 20:38
Jane Doe, brigada pelas boas vindas, eu queria enojar um bocado com sangue e assim, mas depois achei por bem simplificar .
17 de agosto de 2009 às 09:29
Fada Fadinha :) obrigada pelas boas vindas e ainda bem que gostaste.
Beijos
17 de agosto de 2009 às 09:32
Bem vinda,
Ao contrário da Jane a mim parece-me um crime sem castigo...
Contaste uma história inteira com muito poucas palavras o que para mim que às vezes sinto que abuso delas me deixa impressionado :)
19 de agosto de 2009 às 22:51
LbJ isso foi um elogio em que só abusaste foi no exagero e não nas palavras.
23 de agosto de 2009 às 13:33
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