Festa!!!  

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"Bem-vindos... Por favor, venham, sirvam-se, estejam à vontade.", digo-vos, com um sorriso no rosto e um copo na mão.

Este recanto junto à praia é agradável, mistura-se o verde das trepadeiras no fundo azul do céu, mistura-se o bater das ondas com o riso e as conversas dos convidados e visitantes.

Cadeiras e espreguiçadeiras almofadadas, pufs e bancos coloridos espalham-se pelo jardim e pela areia. Uns expostos ao sol laranja e quente da tarde, outros na sombra fresca de guarda-sóis de palha.

"Venham, sirvam-se.", repito, conforme os convidados e as visitas vão chegando.

Compridas mesas com toalhas brancas e azuis apresentam-se cheias de comidas saborosas e aromáticas, tradicionais e exóticas, cativando a atenção até de quem não tem fome.

Frutas tropicais e regionais cortadas, mangas maduras a contrastar com kiwis frescos e morangos suculentos, abacaxis recheados de uvas e cerejas, bananas em rodelas com amêndoas torradas e fios de caramelo, fatias de maçãs e pêras doces, pêssegos frescos e em calda, tornam a mesa exuberante e atractiva.

Frutos secos apresentam-se em tacinhas de porcelana branca: pistácios, amêndoas e amendoins, nozes e macadâmias, cajus e pevides, castanhas-do-maranhão e sultanas douradas, pêras-passa, ameixas e alperces secos, entre frutas cristalizadas e outras sementes, pontuando com as suas cores secas e quentes o conjunto das travessas de frutas frescas.

Em saladeiras transparentes misturam-se alface, tomate, rúcula, espargos, milho cozido, cogumelos, rebentos de leguminosas, cebola e cenoura, ervas bravas, couve-roxa e branca, aliciando ao seu tempero com azeite fino, vinagre suave e molhos diversos.

Em travessas fundas de barro estão os outros acompanhamentos: massa, arroz, batata, couscous, boulgour, quinoa, entre outros, cozinhados de diferentes maneiras e com diferentes temperos.

Uma mesa apresenta queijos de todos os países, duros ou cremosos, aromáticos, acompanhados por compotas, marmeladas, pães diversos e tostas.

Outra mesa tem uma diversidade enorme de salgadinhos, realçando-se chamuças, rissóis, croquetes, tartes salgadas, pastéis de massa tenra, pastéis de forno, pãezinhos com chouriço e folhados de salsichas.

O dia está óptimo, sem excesso de calor devido à brisa que vem do mar e agita as rosas perfumadas e as glicínias, já sem flor, do jardim.

Os mais acalorados encontram no jardim uma tenda de gelados, onde se constroem autênticas obras de arte doces e frias, em taças e pratos, com frutas, bolachas, chantilly e toppings variados.

Ao lado, outra tenda refrigerada apresenta os doces, uma diversidade multicolorida de sabores e texturas, tartes, mousses, bavaroises, semi-frios, bolos, gelatinas, sericaia com ameixa-de-Elvas, lampreia-de-ovos, tigeladas, queijadas e pão-de-rala, entre outros doces conventuais, assim como pequenos bombons do mais delicado chocolate, ovos-moles de Aveiro, frutinhos de massapão do Algarve, entre miniaturas de pastelaria fina.

Além, junto às rochas, um porco gira no espeto, salpicado com louro, pimentão, pimenta, alho, outras ervas e especiarias, azeite e vinho; abrasado e a tostar, já se lhe cortam fatias finas e saborosas para juntar a pedaços de pão regional que se retiram, quentes e apetitosos, do forno a lenha ao fundo do jardim.

Na grelha, legumes, carnes e peixes diversos, gambas e outros mariscos, soltam em gemidos aquecidos os perfumes que trazem da terra e do mar.

O bar tem bebidas para todos os gostos. Vinhos e licores, cervejas e sumos frescos de fruta, águas cristalinas e chás gelados, espumantes e sangrias, caipirinhas e cocktails coloridos refrescam as gargantas sedentas de humidade e frescura.

O céu sem nuvens apresenta um Sol de meio de Primavera, brilhante e prometedor de um Verão quente.

Os convidados juntam-se em grupos; uns passeiam à beira-mar, outros estão sentados em amena cavaqueira, outros ainda divertem-se em jogos de equipas e em desportos náuticos.

Nas ondas, surfistas deslizam na espuma, voam até ao céu para logo mergulhar na água fresca e salgada, longe dos banhistas que se deliciam a nadar com os golfinhos.

Aqui e ali, uma ou outra pessoa está sentada numa rocha, sozinha mas não só, simplesmente a observar os outros. Em meditação, em contemplação.

A música atrai dançarinos, que se movem ritmicamente, sentindo a melodia no corpo e soltando-a de novo em gestos harmoniosos.


"Venham, há comida com fartura, há bebida para todos, não se inibam, não se envergonhem, venham...", convido os mais tímidos.

Assim vai passando a tarde, vão correndo as horas. Assim continua a festa.

O Sol inicia a sua descida sobre o mar; no lado oposto, vem a Lua, cheia, avermelhada, a subir o horizonte.

Levanta-se uma brisa mais forte, que agita vestidos e saias, camisas e blusas, túnicas e calças, plantas e guarda-sóis.

Pequenas fogueiras acendem-se pela praia, outras ainda nalguns recantos do jardim.

O Sol põe-se, vermelho e fogo, calor e luz, um último grito de paixão antes de morrer numa explosão de cor sobre o mar.

Alguns banhistas e alguns surfistas deixam-se estar, banhados pelo sal, pela água, pela cor, os seus corpos recortados a sombra na luz.

Anoitece.

A Lua cheia não permite ver muitas estrelas, apenas Vénus grita a sua paixão pelo Sol que acompanha sempre.

A noite é clara, iluminada pela Lua e pelas fogueiras.

Servem-se sopas quentes, caldos-verdes e canjas, cremes de legumes, sopas-da-pedra e sopas de peixes.
Outros pratos são apresentados, versões quentes dos acompanhamentos; continuam-se a grelhar carnes, peixes, mariscos e legumes.

Nas fogueiras, assam-se pedaços de chouriças e salsichas em espetos e caramelizam-se marshmallows.

Já não há ninguém na água, as pessoas reúnem-se à volta das fogueiras, ou à roda das mesas iluminadas por velas pequenas e archotes altos.

Aproxima-se a meia-noite.

"Por favor, peço-vos a vossa atenção por uns minutinhos...", chamo, no palco onde a banda tocara.

As vozes calam-se, a atenção é-me dirigida.

Ergo o meu copo de espumante doce.

"Desde já, agradeço-vos a vossa vinda, e gostaria que me acompanhassem neste brinde:

À Prisão de Palavras, invulgar prisão onde hoje entro voluntariamente, e aos seus prisioneiros, Bruno Fehr, A Mor, Afrodite, Ipsis Verbis, Jane Doe, John Doe, LBJ, mf:

Desejo que, por muitas palavras que aqui se encerrem ou libertem, nunca desistam de algo que sabem fazer tão bem: Escrever!

Muito Obrigada pela vossa hospitalidade e pela oportunidade de me aprisionar convosco!
"

Os fogos-de-artifício soltam-se sobre o mar e emprestam arcos-íris ao céu e à água, enquanto os copos erguem-se, brindam e tilintam...

Tchim tchim!!!


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28 Devaneios

Que belo começo!!!!

E para quem está aprisionada... mesmo que sejam só as palavras...
... que bela liberdade de palavras...

Que bela FESTA!!!

Beijos.

18 de maio de 2009 às 17:43

Inside Me: Obrigada! O que bebes?... :)

Beijitos

18 de maio de 2009 às 17:53

Grande festa e na praia e é quase verão e bebemos e comemos e brincamos na areia com palavras e estamos em boa companhia e somos brindados e sorrimos em cumplicidade e esquecemos por um momento o peso da vida e de forma simples num sussurro dizemos bem vinda fada tu que pintas por letras :)

18 de maio de 2009 às 18:04

LBJ: :D
Obrigada!

Beijitos

18 de maio de 2009 às 18:16

Fadinha,

Parabéns! Como sempre o texto está muito bom.

18 de maio de 2009 às 22:58

Jiboia: Já viste as cerejas? Estão ao pé das meloas! ;)

Obrigada por vires!

Beijitos

18 de maio de 2009 às 23:08

Bem, o texto põe-nos MESMO dentro de uma festa... mas nao uma qualquer... uma festa verdadeiramentge amiga e que nos faz sentir bem... muito bom.Gostei sim senhor...

19 de maio de 2009 às 00:10

Daniel Silva (Lobinho): Se gostas, deixa-te estar! :)

Beijitos e obrigada por teres vindo!

19 de maio de 2009 às 00:29

Muito bom o texto e melhor ainda a festa dei por mim dentro dela. Como deves imaginar estou ali na rocha sozinho em contemplação de tal beleza enquanto observo as pessoas felizes e a divertirem-se….dou por mim a pensar “que bela festa”

Gostei muito

Beijos

19 de maio de 2009 às 00:49

Caranguejo: Sozinho, mas não Só! Sim, que eu estou de olho em ti e chamo-te quando as padinhas sairem do forno! :D

Beijitos :)

19 de maio de 2009 às 00:56

Completamente livre.
Mas tal como tu tenho que expressar a minha sinceridade. se bem que a descrição do festim esteja bem clara, existe imensos pormenores que podiam ser melhor defenido usando adjectivos.
Confesso que não gosto de descrições longas fada.
MAS :)
O texto no todo está esplendido porque quiseste imprimir sempre o tempo presente, fazendo-nos sentir bem vindos a ti, quando já sabes que és completamente bem vinda.
Um primor, gostei Fada
Beijos

19 de maio de 2009 às 10:47

I.D.Pena: Também não sou muito apreciadora de descrições longas... :p
Às vezes, perco-me entre aquilo que os meus olhos "vêem" e aquilo que os meus dedos soltam, tal é a vontade de partilhar o "filme" que passa na minha cabeça.
Tento não ser maçadora, o que não quer dizer que o consiga sempre...
Há sempre tanto por partilhar!!! :)
Quando escrevo (os textos que partilho), quero tornar o leitor num actor do filme da minha cabeça.

Obrigada pela tua sinceridade, e ainda bem que gostaste. :)

Beijitos

19 de maio de 2009 às 11:17

tchim tchim!

22 de maio de 2009 às 03:55

Bem, em primeiro lugar, este texto deu-me uma fome terrível. Depois acho que é uma lufada de ar fresco que irá manter o equilíbrio entre a minha escrita cinzenta com a tua mais colorida.

Digo isto pois todos temos um estilo muito próprio de escrever e acho que faltava o teu, que é o mais alegre e colorido.

22 de maio de 2009 às 04:13

ipsis verbis: :D

Beijitos :)

22 de maio de 2009 às 12:14

Bruno: Não foi o texto que te deu fome, foi por teres passado a tarde toda nas ondas, ou pensas que não te vi a surfar?? ;)
E só saiste à noitinha, quando o cheiro das gambas grelhadas se tornou irresistível... :D

Beijitos

PS - A tua escrita não é cinzenta, de forma alguma. Apenas usas cores diferentes (e de forma diferente) das minhas. :)
Alegre e colorida? Obrigada! :D Colorida, sim, e maioritariamente alegre. Não sempre, mas quase sempre. :p

22 de maio de 2009 às 12:20
Anónimo  

Condenada...

Excelente a tua festa, por momentos deixei o mundinho do trabalho e entrei nesta fantástica festa...

Beijos mil
Cat

22 de maio de 2009 às 16:22

Cat: :D
Ainda bem que vieste, princesa, estava com saudades de estar na praia contigo! :)

Beijitos

22 de maio de 2009 às 16:34

Jane Doe a Lançar o fogo de artifício!

Pum pim pam puuummmmmmmmmmmmm blummmmmmmmmmmmmmmmmmmm!

Welcome;)

Epah, comi tanto que agora tenho de ir dar umas braçadas...

22 de maio de 2009 às 17:32

Jane Doe: Obrigada, linda, é um fogo maravilhoso!!!! :D
Mas em vez de ires dar umas braçadas, bebe um cházinho de menta, ajuda-te na digestão e assim não corres o perigo de te dar uma congestão... :)

Obrigada e beijitos! :)

22 de maio de 2009 às 18:20

Como o Bruno, fiquei cá com uma fome... E com vontade de ficar aqui na festa todos os dias. Eh eh ;)

Brinde a ti!

24 de maio de 2009 às 13:20

mf: Tchim tchim!!!
Obrigada, volta sempre que quiseres, esta festa está sempre aberta! :)

Beijitos

24 de maio de 2009 às 13:56

Pronto, pensando bem, fada, vou aceitar a tua sugestão.

E reclinar-me numa destas espreguiçadeiras.

Opsss Tu ai, podes-me passar um chá de menta?

Obrigada, obrigada...

(Ai quem me dera... Que bela vida se esta festa fosse real! Quando eu for rica, fada, damos a festa e fogo de artificio só para ti!)

24 de maio de 2009 às 19:14

Jane Doe: Faço-te companhia no chá! E sento-me na espreguiçadeira ao teu lado, para ficarmos a divagar no tipo de fogo de artifício, nas cores e nos efeitos! Adooooro aquele que se desfaz em estrelas douradas sobre o mar... :)

Esta festa é tão real quanto a nossa capacidade de entrarmos nela... :D

Beijitos

24 de maio de 2009 às 19:32

Eu gosto do dourado e prateado apenas. A iluminar o céu vezes sem conta, com um toque de ora vermelho ora azul...

Eheheheh... E assim nunca mais daqui saimos.

O chá está uma delicia, foste tu quem fez?

Beijo;)

24 de maio de 2009 às 23:35

Jane Doe: E dos roxos, não gostas?
Eu gosto deles todos, mas os que se desfazem em estrelinhas douradas e os azuis fortes, encantam-me! :)

Não fui eu que fiz o chá, foi aquele jeitoso que está ali ao fundo, mas fui eu que apanhei as mentas e as trouxe para a festa.

Sair?? Temos de sair?? Nããããã... :)
O Mundo é nosso, o Tempo também! :D

Beijitos :)

24 de maio de 2009 às 23:53

Pah, roxo já é muita cor.

E muita cor para os meus lindos olhinhos... mas se gostas de roxos haja roxos!

A ver pela troca de comentários, Fada, não, nós nunca mais saimos daqui e o Mundo é nosso. Vamos conquistá-lo, vamos?

Ficas com o norte ou com o sul?

E quem é o jeitoso quem é? Sem dúvida que fizeste bem a colheita..

hmmm vou beber mais. Queres?

Eheheheh...

26 de maio de 2009 às 11:58

Jane, querida, acho que vou beber um chá branco, agora.

Achas "roxo" muita cor?? Então prepara-te... "Mi aguardjeeee"... :p

Linda, o mundo JÁ é nosso, não há nada para conquistar e nem pensaria em ter de optar por Norte ou Sul! É NOSSO, ponto final! TODINHOOOO! :D

O jeitoso? É só um dos muitos, que andam por aqui... ;)
O que não falta aí é gente bonita! :)

Beijitos :)

26 de maio de 2009 às 12:14

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