Entrega  

Posted by mf in

Teus dedos
De doçura dolorosa
Sobem por meu corpo acima
Desvendando cada trilho
Franqueando cada trincheira

Sinto-te o desejo, a audácia, a procura
Em minhas pernas
Buscando garupa firme
Por galgar

Tua boca
Guiada por bússola invisível
Mergulha em seu pólo magnético
Torturando meu mundo
Invadindo minha coutada

Sinto-te o repto, o duelo, a mestria
Nas curvas esconsas
Desvendando segredos
Urdindo a capitulação

Tua pele
De suavidade suada
Une-se ardente à minha
Despertando o fogo
Entorpecendo os sentidos

Sinto-te a investida, o furor, a dureza
Em meu ventre
Acirrando o desejo
Por extinguir

Teus dentes
Incitados ao banquete
Devoram a maciez salgada
Provocando a súplica
Saciando a paixão

Sinto-te o toque, a ânsia, a firmeza
Na curva suave do peito
Ondulando ao sabor
Da tua vontade

Tua língua
Desejada em murmúrio
Marca minhas veias latejantes
Delimitando território
Assenhoreando-se de mim

Sinto-te o domínio, o ardor, o prazer
Na cerviz inclinada
Fervilhando ao toque
Da tua dança

Tuas mãos
De vontade maciça
Estiram meus cabelos
Expondo minha face nua
Descobrindo meu acordar

Sinto-te o deslumbre, a reverência, o espanto
Nos corpos em doce aconchego
Deixando nascer em silêncio
O mais sentido abraço

Teus olhos
De ternura infinita
Contemplam meu mundo
Conquistando meu sossego
Devastando meu coração

Sinto-te a paz, o carinho, o encanto
Nas mãos que se entrelaçam
Deixando sentir o prenúncio
De amor imenso e devasso.

This entry was posted on sábado, julho 18 at sábado, julho 18, 2009 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

10 Devaneios

"Sinto-te a paz, o carinho, o encanto
Nas mãos que se entrelaçam
Deixando sentir o prenúncio
De amor imenso e devasso."

Sentir é... Estar maravilhosamente vivo! :)

Beijitos :)

20 de julho de 2009 às 00:01

Fada:
É, sim. E ter esperança de poder sentir e viver outra vez! ;)

20 de julho de 2009 às 03:09

Eu sempre quis fazer poemas assim... nunca consegui! Ainda bem que há quem os faça! Vc parece ter uma grande intimidade com a linguagem poética. Muito belo o poema!
Beijo!

21 de julho de 2009 às 13:19

Euza:
Bem-vinda! É uma coisa que está cá dentro, latente, e às vezes consegue encontrar o caminho até aos dedos. Não consigo explicar. Só consigo sentir.
Volta sempre. Eu sei que onde este esteve há mais. :)

21 de julho de 2009 às 17:19

Vim ler-te e gostei :)
B.Ju

21 de julho de 2009 às 23:18

Hedgie fugosa, segura do seu querer, parece que não é a primeira vez que te digo isto ;)

22 de julho de 2009 às 00:02

Ju:
Obrigada! Volta sempre que quiseres, as portas desta prisão estão escancaradas. :)
Beijo

22 de julho de 2009 às 01:15

LBJ:
É só um lado de mim. :)

22 de julho de 2009 às 01:15

Adorei o poema.
Informo que, ao fim de bastante tempo, regressou a Lua Feiticeira e já com dois textos postados.
Jocas

22 de julho de 2009 às 01:18

luafeiticeira:
Uma Lua com esta característica é sempre bom de ter por aqui. ;)

Vou lá espreitar. Beijo!

22 de julho de 2009 às 01:23

Enviar um comentário