Corpo de sal  

Posted by Mag in

É quando o meu corpo se fantasia de estátua de sal, neste mar onde o azul e o verde se beijam em despudoradas e translúcidas mesclas de cores, é quando sinto o frio imenso e salgado lamber-me a pele, é quando me banho nua e só neste pequeno local que é meu, é agora que mais sinto, voraz, a tua ausência.
A ausência de quem nunca comigo esteve, de quem nunca me saboreou, a quem nunca ofereci este abraço moreno e este corpo que sonha entregar-se ao teu, numa vontade que começou discreta e sensata e se transformou numa cobra que me estrangula de desejo, de cada vez que te penso.
E esta luxúria dos sentidos que me consome sem te ter liberta-se agora nas mãos doces de Iemanjá, que me afaga a tristeza e me embala devagar, levando-me para longe da areia da praia…

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5 Devaneios

É sempre bom quando apesar de tudo temos sensações boas que nos confortam...
Um abraço carinhoso

29 de agosto de 2011 às 13:22
Anónimo  

malditos abraços que não se dão a quem nunca se teve...

gostei e voltarei

namaste

29 de agosto de 2011 às 18:18

É mesmo, Tatiana. As nossas emoções valem por si, mesmo que apenas dentro de nós e sem as darmos ao Mundo. Abraço para ti.

especiedemagia, obrigado! Volta sim, teremos sempre aqui abraços de sobra para quem os quiser :)

1 de setembro de 2011 às 11:21

Mag:

Arrepiantemente bom!... :)

Vi tudo, vi o mar, a pele, as ondas, a ausência...
Ah, e custa tanto, a ausência!...

Belíssimo texto!...

Beijitos :)

2 de setembro de 2011 às 00:37

Puxa vida, que texto!
Não sei se tenho o erotismo ou se o erotismo que me tem. Em algumas partes, percebi uma ambiguidade doce e fantástica.

2 de outubro de 2011 às 03:52

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