“Promete-me que me vais invadir os sonhos esta noite – disse ela, na distância - Deixarei a cancela aberta e o coração na esquina, porque te quer bailar. Quando chegares, saberei. Cantar-me-ás à janela do rés-do-chão da alma, uma canção sem palavras, em silêncio. E eu levanto-me de perto do lume, onde te espero meio adormecida, e o teu abraço sacode-me os sentidos, abafando o coração que grita e o corpo que treme. E, juntos, fazemos amor dançando, devagar, com os violinos da meia-noite, a praia escura e a lua negra como lençol.
Prometo – disse-lhe ele, na distância.”