...
Teus lábios sequiosos
Sedentos
Invadem o meu poço.
Ouve-se o sussurro
Cultivado
Dos gemidos.
Tua mão felina
Arrogante
Insinua-se em mim.
Sou eu e não sou eu.
Elevo-me como onda
Em ímpeto
Desatinado.
Arqueio como ramo
Em temporal
Agitado.
Rujo como leoa
Em encalço
Faminto.
Nas minhas pernas
Escancaradas
Só assoma o teu cabo.
Na minha pele
Incendiada
Só avança o teu arado.
Na minha toca
Devorada
Só se sente o teu vigor.
Tudo é teu.
Abocanhas
o meu mundo.
Quanto mais lavras
mais te perdes.
Quanto mais te perdes
Mais te amarro
Ao meu cais.